São Caetano debate racismo estrutural no dia da abolição da escravatura

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Fotos: Eric Romero / PMSCS

Ng’oma é uma expressão da África bantu que significa “tambores da aflição”.

É um instrumento musical típico, feito a partir de uma pele animal esticada sobre um cilindro de madeira, levado pelos escravos africanos a todas as partes do mundo, inclusive o Brasil.

Na sexta-feira (13.05), ao se completarem 134 anos da abolição da escravatura, Ng’oma foi mais do que uma memória do passado: foi uma reflexão sobre o futuro.

O evento Diálogos Ng’oma, promovido pela Prefeitura de São Caetano do Sul, por meio das secretarias de Educação (Seeduc) e Cultura (Secult), reuniu artistas e educadores para refletirem sobre a desconstrução do racismo estrutural, ou seja, o racismo entranhado na estrutura de nossa sociedade.

 “É fato que há uma tentativa de apagamento e de inviabilização da cultura negra no Brasil. Isso se dá devido ao racismo estrutural que vem sendo discutido e refletido principalmente pelas comunidades negras”, considera, por exemplo, o secretário de Cultura, Erike Busoni.

“Daí a importância de se realizar um encontro com artistas e educadores, pois os educadores precisam se conscientizar e conseguirem entender esse processo racista institucionalizado para combatê-lo dentro de seus espaços e territórios de poder, que são, principalmente, a formação de opinião dos jovens brasileiros e a formação identitária das crianças”, afirmou, além disso.

Para Minéa Fratelli, secretária de Educação, problematizar a data de 13 de maio e toda a história que envolve a população africana e afrodescendente é fundamental.

“Por isso palestras e formações estão planejadas pelas secretarias de Educação e de Cultura com o objetivo de se fazer conhecer a voz dos povos historicamente silenciados”, anunciou, da mesma forma.

Educação e cultura

O evento, realizado no Cecape (Centro de Capacitação dos Profissionais da Educação) Dra. Zilda Arns, começou às 18h, com a apresentação do grupo de capoeira Menino Chorou no saguão.

A partir das 19h, começaram os diálogos em diferentes salas: o ator e diretor teatral Licko Turle, que estava na Bahia, fez uma videoconferência com a mediação das formadoras do Cecape Milene Valentir e Lica Barros.

Ele conduziu o tema “Teatro do Oprimido como Território de Resistência”.

Os professores Jonas do Nascimento e Thiago Rosa dialogaram sobre “A Música como Território de Resistência, a professora Jacira Capella e a psicóloga Yvete Yavo abordaram o tema “Educação Antirracista”.

Jacira e Ivete são representantes da sociedade civil no Conescs (Conselho Municipal da Comunidade Negra), que apoiou o evento.

Sandra Cassiano, presidente do Conescs, enfatizou a importância de eventos como esse para a aplicação da Lei nº 10.639.

Ela estabelece, acima de tudo, a inclusão da História e Cultura Afro-Brasileira no currículo das escolas.

“É a partir da formação de diretores e professores que o tema chega aos alunos. Precisamos falar da necessidade de combatermos o racismo e a intolerância”, disse, em suma.

Para o secretário de Cultura Erike Busoni, as experiências compartilhadas por artistas e educadores mostraram que é possível valorizar a cultura afro-brasileira dentro de seus espaços.

“Cultura é educação e educação é cultura. Oportunizar espaços de reflexão e debate sobre o tema é combater o racismo estrutural e valorizar o protagonismo da cultura brasileira”, afirmou, em conclusão.

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