Faz 20 anos o título da A-2 conquistado pelo Azulão

In Esportes On
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Texto do jornalista Fabrício Cortinove

O São Caetano ganhou projeção mundial ao chegar na final da Copa João Havelange em 2000. Mas para alcançar tal feito, muito se deve ao desempenho alcançado no início daquela temporada, que teve o Pequeno Gigante como campeão da Série A-2 do Campeonato Paulista.

Conquista que completa 20 anos nesta quinta-feira e que iremos relembrar aqui.

COMPETIÇÃO

Em 2000, a segunda divisão do Campeonato Paulista teve uma fórmula de disputa totalmente atípica. Contando com duas fases, a Série A-2 permitiu que o campeão da primeira pudesse participar da elite naquele mesmo ano, enquanto o vencedor da segunda iria ingressar na Série A-1 somente na temporada seguinte.

Nessa primeira fase da competição, também conhecida como Torneio Relâmpago, por garantir o acesso ao vencedor com apenas 10 jogos realizados, o Pequeno Gigante não conseguiu engrenar. Após duas vitórias em seis partidas realizadas, o Azulão ficou de fora do mata-mata e teve que assistir ao acesso do Botafogo.

Então, por melhor desempenho na segunda etapa do campeonato, algumas mudanças foram necessárias para que o time do ABC pudesse evoluir.

O INÍCIO DA FASE DOURADA

Sem conseguir os resultados desejados, Roberval Davino deixou o comando caetanista. Para o seu lugar chegou Jair Picerni, nome responsável por proporcionar o período mais marcante da história do São Caetano.

Dono de famosos bordões à beira do gramado, como o inesquecível “pega-pega”, Picerni chegou ao Anacleto Campanella com a responsabilidade de oferecer uma cara vencedora para o São Caetano. Pois, mesmo contando com valores de talento no seu elenco, o clube vinha de temporada decepcionante.

“O Jair chegou em um momento em que a gente sentia por ter perdido o acesso na Série B (Campeonato Brasileiro) para o Santa Cruz. Chegou no meio do Campeonato Paulista, no lugar do Roberval Davino, com ideias novas. Ele teve o grupo na mão para trabalhar. Nós tínhamos as peças, mas a ordem tática e posicionamento foi ele que construiu daquela equipe. Foi realmente um comandante”, recordou o atacante Adhemar.

Agora sob o comando de Picerni, o São Caetano de Silvio Luiz, Japinha, Daniel, Serginho, Dininho, César, Magrão, Adãozinho, Claudecir, Leto, Esquerdinha, Adhemar e Zinho estava ainda mais forte para disputar o acesso.

Como cereja do bolo, ainda desembarcou no Anacleto Campanella um nome que traria muitas alegrias ao torcedor. Folclórico e irreverente, Túlio Maravilha chegou ao São Caetano com a missão de ser o artilheiro do time, e, não decepcionou, ao terminar o Estadual como o seu principal goleador, com 19 tentos anotados.

SHOW CAETANO

Apontado como um dos favoritos ao acesso, o Azulão literalmente atropelou os seus adversários na etapa classificatória dessa segunda fase da competição. Em 15 jogos realizados, o São Caetano venceu 12, empatou 2 e perdeu apenas 1.

Marcou incríveis 38 gols e sofreu 8. Isso sem contar as goleadas aplicadas no XV de Piracicaba (6 x 1), Etti Jundiaí (6 x 1), Olímpia (4 x 2) e Paraguaçuense (7 x 1), sendo que essa última é a vitória caetanista mais expressiva até os dias de hoje.

“O diferencial daquela equipe esteve nas escolhas bem feitas pela diretoria com relação aos atletas, além da união de todos. Dentro daquela coletividade, cada atleta conseguiu colaborar na sua função”, contou o goleiro Silvio Luiz.

“Nós éramos uma família. A gente chegava no treino às 13h. E ficava esperando o treino começar para lá das 15h, 15h30. Isso fez com que a gente criasse uma afinidade, uma alegria de estar dentro do clube. Não simplesmente chegar, treinar e ir embora. Depois, a gente ainda passeava no shopping, comia um lanche. As crianças estavam juntas, assim como as esposas. Se existiu no futebol uma família como o Felipão falava, a família Scolari, existiu também a família Azulão”, afirmou Adhemar.

MATA-MATA

Classificado após realizar campanha impecável, o São Caetano encarou o Comercial nas quartas de final. O Bafo, por sua vez, não teve chance e foi eliminando pelo conjunto azulino com duas derrotas (2 a 0 em Ribeirão Preto e 3 a 0 no Anacleto).

Já na semifinal o adversário foi o Juventus de Marcos Denner e do ainda atleta profissional Fábio Carille. Porém, nem mesmo o fato de atuar na temida Rua Javari, conseguiu segurar um embalado Azulão.

“Na minha opinião, o jogo mais importante foi o realizado na Rua Javari. Nós vencemos por 3 a 1.  Eu fiz dois gols e o Túlio fez um. Foi aí que eu fui me firmando como opção do Jair Picerni”, disse Adhemar.

Após consolidar classificação à decisão do campeonato com nova vitória (4 a 1) em cima do Moleque Travesso, o São Caetano teve o Etti Jundiaí (Paulista) como adversário na disputa do título.

Azulão e Gallo do Javi, que na época era patrocinado pela Parmalat, realizaram uma decisão digna de suas forças. No confronto de ida, disputado no Jayme Cintra, o Pequeno Gigante levou a melhor e conseguiu belo resultado ao vencer por 1 a 0.

“Tivemos muitos jogos inesquecíveis, cada um teve a sua importância. Mas, sem dúvida, o que mais marca é o que finaliza o feito. Neste caso foram os dois jogos com o Etti. Principalmente no realizado em Jundiaí, no qual o Túlio Maravilha fez o gol de bicicleta”, recordou Silvio Luiz.

Na partida de volta da final, realizada no dia 23 de julho de 2000, no Anacleto Campanella, o Azulão não pôde contar com Túlio. O artilheiro estava suspenso, pois havia sido expulso após comemorar o gol de placa marcado no Jayme Cintra.

A ausência da estrela, no entanto, não fez falta, e o time escalado inicialmente com Silvio Luiz, Japinha, Daniel, Dininho e César; Magrão, Claudecir, Leto e Esquerdinha; Zinho e Alex Rossi, segurou o empate em 0 a 0. O suficiente para garantir o acesso e o grito de ÉÉÉÉ CAMPEÃO!!

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