Dentre os segmentos, a elevação que mais contribuiu para o resultado foi a do transporte aéreo, com alta de 86,8% no comparativo anual. Na sequência, vieram os serviços de alojamento e alimentação (22%); as atividades culturais, recreativas e esportivas (18,8%); os transportes aquaviários (12,6%) e terrestres (14,2%); e o conjunto de setores de locação de veículos, agências e operadoras de turismo (2,4%).
Considerando os meses de julho, neste ano se registrou o período mais movimentado nos terminais aéreos desde 2019. Entretanto, os preços elevados das passagens também contribuíram para o aumento do faturamento, alcançando, em valores absolutos, R$ 6,2 bilhões. Até o momento, as remarcações e a compra antecipada dos bilhetes com tarifas mais baratas vinham sustentando o crescimento. Contudo, a inflação do turismo em 31,27% deve favorecer viagens por outros modais, evitando o custo elevado das passagens aéreas.
O turismo aquecido tem beneficiado também a indústria hoteleira. Os serviços de alojamento e alimentação faturaram R$ 5,2 bilhões, enquanto os bares e restaurantes se beneficiam do maior deslocamento de turistas pelo País. Outro setor a integrar o levantamento, o transporte terrestre – composto por ônibus intermunicipal, interestadual e internacional, além de trens turísticos – faturou 2,9 bilhões, em julho. Na comparação com o mesmo período de 2019, a alta foi de 7%.
A maior concorrência no transporte terrestre limita um crescimento mais acentuado nos preços das passagens, e a menor variação em relação ao aéreo não significa que o setor esteja passando por um arrefecimento (pelo contrário, tem se fortalecido como alternativa às viagens de avião).
O conjunto de setores de locação de veículos, agências e operadoras de turismo, apontou, por sua vez, o menor crescimento porcentual entre as atividades avaliadas no estudo, com faturamento de R$ 2,7 bilhões. Vale destacar, contudo, que as tarifas de aluguel de carros têm caído nos últimos meses, influenciadas pela volta do equilíbrio entre a oferta de veículos e a demanda.
A pesquisa da FecomercioSP também demonstra que as atividades culturais, recreativas e esportivas ainda passam por um período de recuperação – uma vez que o faturamento de R$ 1,27 bilhão está 13,3% abaixo do visto no mesmo mês, três anos atrás. Por fim, o transporte aquaviário faturou R$ 49 milhões.
De acordo com o Conselho de Turismo da Federação, o setor foi um dos primeiros a ser afetado pelas restrições impostas pela pandemia e, só agora, tem conquistado resultados equivalentes aos períodos anteriores a 2020. A presidente do órgão, Mariana Aldrigui, destaca, entretanto, que o efeito da inflação nos preços e no poder de compra das famílias pode reduzir o ritmo ou modificar o padrão das viagens, com diminuições da duração, da distância ou dos tipos de serviços agregados
O estudo é baseado nas informações da Pesquisa Anual de Serviços e dados atualizados com as variações da Pesquisa Mensal de Serviços, ambas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os números são atualizados mensalmente pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), e foram escolhidas as atividades que têm relação total ou parcial com o turismo. Para as atividades que têm relação parcial, foram utilizados dados de emprego ou de entidades específicas para realizar uma aproximação da participação do turismo no total.