“Imitemos o Cristo humilde que serve, não violento, que se coloca à disposição de Deus e dos irmãos para vencer o mal fazendo o bem por amor. O que Jesus nos diz em meio à tragédia que vivemos? O que podemos esperar? O que podemos aprender? Jesus nos diz que é para estarmos com Ele neste momento. Sempre devemos estar com Cristo, mas mais do que tudo, nesse momento da sua paixão e da paixão da humanidade, unamo-nos a Ele.”
Iniciando, em primeiro lugar, a Semana Santa com a Missa do Domingo de Ramos realizada na manhã deste domingo (28.03), na Catedral Nossa Senhora do Carmo, o bispo da Diocese de Santo André, Dom Pedro Carlos Cipollini, citou os gestos de amor e de humildade praticados por Jesus Cristo como a referência para cultivar a esperança e exercer a caridade em prol do próximo nestes tempos de pandemia.
A celebração, que contou com as participações do pároco da catedral, Pe. Joel Nery, e do secretário episcopal, Pe. Camilo Gonçalves de Lima, ocorreu apenas por meio de transmissão online e sem a presença de fiéis.
Isso se deu, portanto, em razão das medidas restritivas da fase emergencial implementadas pelo Governo do Estado de SP e do comunicado diocesano que suspendem atividades e celebrações religiosas com o povo.
“Estamos no segundo ano desta pandemia, sem poder celebrarmos a Semana Santa como prescreve os nossos rituais, e também o nosso coração. Mas vamos em frente com muita fé, sabendo que Deus toma conta de tudo, Na sua sabedoria infinita, Ele tudo dispõe e Ele sabe tudo. Dará a cada um o prêmio, dará a cada um conforme as suas obras, como está escrito na bíblia. Que nossas obras sejam de fé, de esperança e de caridade. E que a solidariedade possa neste tempo, confortar o coração de todos”, reflete Dom Pedro.
Missa Crismal
Celebração também conhecida, acima de tudo, como a Missa dos Santos Óleos, que reúne todo o clero formado pelo bispo, sacerdotes e diáconos, a Missa Crismal que ocorreria no dia 1º de abril (quinta), foi adiada em razão da pandemia, cuja nova data será divulgada em breve.
“Peço a todos os padres que mesmo neste sofrimento continuem firmes dando esperança ao povo com sua presença. Mesmo antes da pandemia, sempre disse que o maior presente do padre para o seu rebanho é a sua presença. Isso nós podemos fazer, mesmo não podendo celebrar presencialmente, o povo sabe que o pastor está ali junto ao rebanho, já é um grande sinal de amor de Cristo, o Bom Pastor, para com seu povo.
Programação da Semana Santa
As celebrações abaixo serão transmitidas pelas mídias diocesanas: Facebook e YouTube.
31 de março – 18h: Quarta-feira Santa com a Celebração do Encontro de Jesus e Maria (com padres Jackson e Rogério)
1º de abril – 18h: Quinta-feira Santa com a Missa da Ceia do Senhor (com Dom Pedro Carlos Cipollini); a Missa Crismal, que aconteceria neste dia, foi adiada
2 de abril – 15h: Sexta-feira Santa com a Celebração da Paixão do Senhor (com Dom Pedro Carlos Cipollini); 18h: Sermão das Sete Palavras (com Dom Pedro e Pe. Joel Nery)
3 de abril – 18h: Sábado Santo com a Vigília Pascal (com Dom Pedro Carlos Cipollini)
4 de abril – 11h: Domingo com a Missa da Páscoa do Senhor (com Dom Pedro Carlos Cipollini)
Homília (Missa do Domingo de Ramos – 28/03/21)
Meus queridos irmãos e irmãs, padre Joel, padre Camilo e todos vocês que acompanham essa celebração e que gostariam de estar aqui na nossa catedral recordando o tempo em que podíamos celebrar com tanta alegria, fé, entusiasmo, inclusive os jovens, neste dia.
Meus queridos irmãos, coloquemo-nos diante do Senhor, a partir desta proclamação da Paixão que acabamos de ouvir. Iniciamos hoje (domingo) a Semana Santa, que chamamos santa porque está no centro de nossa fé. Nela, nós vivemos o mistério pascal, paixão, morte e ressurreição de Jesus. Passando pela cruz, Jesus vence a morte, destrói a morte e o pecado. Vida que não tem fim. Jesus se apresenta como o Messias salvador, pobre e sofredor. Seu poder está no amor, e não na violência, no dinheiro, na fama. Os seus contemporâneos o recebem em Jerusalém com ramos de oliveira, como recebiam os grandes vencedores.
Eles projetaram em Jesus, aquele Messias guerreiro que eles tinham na cabeça, aquele Messias conquistador que entrava nas cidades num cavalo branco, símbolo da realeza vitoriosa sobre os inimigos. Jesus, como diz o profeta Zacarias, entra num jumentinho, a montaria dos pacíficos, do povo, porque é um Messias que salva pelo amor.
Hoje celebramos nossa adesão a ele. Vamos renovar a nossa adesão a esse salvador, que embora tendo o poder divino de destruir os inimigos, ele prega o amor, na paixão e na cruz. Ele é rejeitado, mas nos ensina o amor na kenosis, no seu rebaixamento. Sendo Deus se fez homem, sendo homem se fez pobre, sendo pobre se fez o último, ocupando o último lugar que ninguém quer: a cruz.
Ele é justo e ensina o amor. Ele é vitorioso, porque desta forma, Ele instaura o Reino de Deus, o potencializa para que ele realmente seja um instrumento de salvação, não aquele reinado de Davi que tem fim, mas sim porque é um reino de amor, de justiça e de paz.
Imitemos o Cristo humilde que serve, não violento, que se coloca à disposição de Deus e dos irmãos para vencer o mal fazendo o bem por amor. O que Jesus nos diz em meio à tragédia que vivemos? O que podemos esperar? O que podemos aprender? Jesus nos diz que é para estarmos com Ele neste momento. Sempre devemos estar com Cristo, mas mais do que tudo, nesse momento da sua paixão e da paixão da humanidade, unamo-nos a Ele.
É preciso escolher Jesus, estar com Jesus, aderir ao seu modo de ser, desejar estar unido a Ele quando todos o abandonam. Nesse relato podemos perceber como Ele está só. Quantos irmãos nossos estão assim como Jesus? Sós, num leito de hospital, sem poder se comunicar, sós, quantas famílias que perderam filhos, pais, irmãos, estão nessa solidão?
Segurando os ramos, vamos aderir a Cristo e dizer: queremos perseverar no seu seguimento, como aquele centurião que no fim faz a profissão de fé que Jesus espera de todos nós. Realmente, Ele na sua paixão é o Filho de Deus, Vamos segui-lo com coragem, perseverança e determinação. Amém!