Ciência e arte juntas: Cineasta brasileira concorre em Cannes em projeto com participação de cientista luso-brasileiro

In Canto do Joca, Cultura On
- Updated
Priscila Guedes. Créditos - Foto: Divulgação / MF Press Global

A realizadora Priscila Guedes e o neurocientista Fabiano de Abreu uniram esforços num projeto que poderá chegar ao Festival de Cinema de Cannes.

A ciência e as artes juntaram-se em «Catalepsia», um filme que acima de tudo fala sobre uma doença real através de Realidade virtual.

O filme aborda a catalepsia, uma paralisia do sono, como explica a realizadora: “Houve pessoas que foram enterradas vivas por causa disso. Antigamente, a medicina não tinha ferramentas, acessórios e instrumentos suficientemente sensíveis para detetar sinais de vida de algumas pessoas neste quadro”.

“Além disso, existem muitas histórias de que seres humanos foram enterrados vivos e acordavam quando estavam já enterrados ou outros casos que despertavam durante o funeral, o que causava um choque nas civilizações antigas. As pessoas achavam que aquilo era bruxaria ou simplesmente acreditavam que aquelas pessoas estavam a voltar do mundo dos mortos, mas não sabiam que, na realidade, eram apenas portadoras da paralisia do sono, uma patologia que pode acontecer em casos de cansaço extremo, stress ou depressão”, conta, em resumo.

História

Na obra, “a personagem chama-se Júlia, que acorda nos alpes suíços, onde mora, e percebe que há em alguém que tenta entrar, mas ela não consegue ver ninguém e não consegue abrir a porta. De repente, toca o despertador e ela acorda de um sono profundo novamente. Mas ela já não tinha acordado? É aí que a história se desenvolve”, revela, em primeiro lugar. a realizadora. 

“Catalepsia” é acima de tudo um filme em que há um diálogo entre a consciência e o subconsciente, representado pela casa em que a protagonista mora.

Na obra, portanto, “é mostrada a forma como ela tenta comunicar consigo própria. Tudo isso vai despertar uma série de sentimentos no espectador, principalmente através dos hormónios que são ativados de forma intencional através da história que está a ser contada”.

Experiências sensoriais no cinema

Priscila Guedes realça que “a Realidade Virtual tem a capacidade de injetar histórias (e memórias) na fisiologia humana. Ao invés de o público estar fora do ecrã, faz da mesma forma parte da história, estando totalmente integrado ao conteúdo criado”. Graças a isso, “as produções podem agora gerar contribuir para libertar hormónios do bem-estar, amor (Ocitocina), meditação e recompensa (Dopamina), aventura (Adrenalina) e até mesmo o medo, que, uma vez superado, se torna dopamina”.

O neurocientista Fabiano de Abreu, Diretor-Geral do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito, foi o consultor responsável nessa parte da produção. “Este filme chega aos nossos neurónios de maneira tão real que a produção de neurotransmissores relacionados ao bem-estar é aumentada”, assinala. Fabiano é membro da Federação Europeia de Neurociência e conta com o apoio do Centro Nacional de Inovação Suíço.

«Catalepsia» está, portanto, a votos para fazer parte de uma lista restrita que será apresentada no Festival de Cannes, dentro do novo mercado dedicado à inovação, na secção Cannes XR.

Trata-se, por exemplo, de um programa do Marché du Film, focado em tecnologias imersivas e conteúdos cinematográficos inovadores.

Este é o encontro anual para a comunidade XR, que lida, em conclusão, com realidade virtual, realidade aumentada e realidade mista. 

Sobre Priscila Guedes

Priscila Guedes estudou Relações Internacionais, Artes Visuais pela Escola de Belas Artes (UFRJ) e Cinema em França. Especialista em Alta Tecnologia da Imagem na Indústria Cinematográfica e Designer de Conceito de Realidade Virtual, Aumentada e Mista (Ou Realidade Estendida), escreve e desenvolve projetos imersivos baseada em pensamentos éticos como O Estado da Arte em XR, conceito que criou e foi publicado na VRPI Magazin em Nova York, 2019, o qual tem vindo a colocar em prática. Em 2021, a cineasta recebeu 6 prêmios de Melhor Curta Metragem Experimental OCEAN, um filme de Arte. Priscila é fundadora e CEO da iMAGIC Dreams, uma   Startup de Produção Cinematográfica em Health-Tech XR, com sede na Suíça, onde mora. No país, ela também faz parte da Agência de Inovação Suíça, a INNOSUISSE.

Sobre Fabiano de Abreu

Doutor e Mestre em Psicologia da Saúde pela Université Libre des Sciences de l’Homme de Paris; Doutor e Mestre em Ciências da Saúde na área de Psicologia e Neurociência pela Emil Brunner World University; Mestre em psicanálise pelo Instituto e Faculdade Gaio, Unesco; Licenciado em Biologia e História pela Faveni; Pós-Graduação em Neuropsicologia pela Cognos de Portugal; Três Pós-Graduações em neurociência, cognitiva, infantil, aprendizagem pela Faveni; Especialização em propriedade elétrica dos Neurônios em Harvard; Especialista em Nutrição Clínica pela TrainingHouse de Portugal.

Neurocientista, Biólogo, Historiador, Neuropsicólogo, Psicólogo, Psicanalista, Jornalista e Filósofo integrante da Sociedade Portuguesa de Neurociências (SPN), da Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento (SBNEC) e da Federation of European Neuroscience Societies (FENS).

You may also read!

Coop lança campanha para o Dia das Mães

Com o mote: Amor de mãe é aquele que fica. De geração a geração – a Coop realizará até

Read More...

Feirão do Dia do Trabalhador oferta mais de 2.000 vagas em São Bernardo

Evento, nesta sexta (03.05), das 8h às 15h no Ginásio Poliesportivo Adib Moysés Dib, contará, em primeiro lugar, com

Read More...

EMARP estende exposições até 10 de junho

Mostras reúnem obras dos artistas 'Tuta' e de Paulo Acencio A Escola Municipal de Artes de Ribeirão Pires (EMARP) vai

Read More...

Leave a reply:

Your email address will not be published.

Mobile Sliding Menu