A medicina humanizada faz diferença no tratamento da covid-19?

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Dr. Imad com paciente recuperada em hospital de campanha Reprodução: Arquivo Pessoal/Facebook

Malek Imad, médico coordenador de hospital de campanha no Estado de São Paulo, implantou projeto diferente na cura de pacientes

A maioria dos brasileiros já sabe das consequências e tratamentos quando se está infectado pelo coronavírus, sejam os casos assintomáticos, leves ou graves.

A grande quantidade de informações e dados discutidos a todo momento, nos faz, em primeiro lugar, entender bem a doença.

Mas, não cobre o que significa ficar semanas ou até meses em internação, tanto para o paciente quanto para sua família.

Trauma mental

Dado o distanciamento necessário para o tratamento, o médico especialista em Gestão de Saúde e coordenador de um dos hospitais de campanha do Estado de São Paulo, Malek Imad, percebeu durante sua administração que uma parte do trauma da Covid-19 também era mental, principalmente nos primeiros meses da pandemia.

“A doença ainda pouco compreendida, combinada com o grande número de mortes no mundo inteiro, causa uma sensação de medo e pânico não só para quem está infectado, mas também para quem acompanha aquele paciente,” explica, em resumo.

A experiência no hospital de campanha de Ribeirão Pires permitiu que Imad explorasse um outro lado da medicina.

Um lado que não envolve apenas o tratamento físico do vírus, mas inclui também o bem-estar psíquico da pessoa internada.

“Por causa disso decidi implementar a medicina humanizada no hospital que coordenava,” ele conta, acima de tudo.

Além da doença

A prática envolve ver além da doença, para o ser humano que está por traz dela.

Um dos exemplos mais impactantes foi quando organizou a produção de mil Origamis para uma paciente de origem japonesa.

Segundo lenda da sua cultura, isso traria melhora para seu estado.

“Não acredito que os Origamis a tenham curado, mas o amparo emocional afeta, e muito, a recuperação de qualquer condição”, lembra.

Isso ainda se estende aos familiares presentes no hospital.

O especialista conta como esse projeto de acolhimento é importante para quem está do lado de fora, já que o coronavírus, por seu perfil de contaminação, impossibilita qualquer tipo de interação entre paciente e entes queridos, especialmente nos casos de coma induzido.

Imad comenta como aquele momento de espera da melhora, onde ele não pode dar uma previsão concreta, era cheio de ansiedade e desgaste para os parentes

“Entendi como a unidade familiar fica de certa forma doente com a pessoa, e que esse apoio por meio de pequenos atos de compaixão, fazia toda a diferença para a vitalidade do lugar como um todo.”

Ambulatório de Pós-Covid

O médico, ainda pensando em tantos pacientes que teriam novos desafios mesmo depois da cura, criou ainda um dos primeiros Ambulatório Pós-Covid do Estado.

A intenção, acima de tudo, é a de acompanhar pacientes com sequelas após receberem alta do hospital de campanha.

“Temos muitos registros de perda de memória, cansaço, problemas pulmonares, queda de cabelo, entre outras condições. Queremos continuar estudando e trabalhando para tornar a doença cada vez mais inofensiva,” explica.

Uma grande parte dessa missão, segundo Imad, é também conscientizar o máximo número de pessoas sobre a necessidade da vacina e o quanto ela é importante para revertermos esse cenário de tantas mortes.

“Tomar a vacina conforme a recomendação médica é em si um ato de acolhimento, e acredito que a pandemia deixou claro o quanto precisamos de empatia pelo próximo durante momentos difíceis,” finaliza.

Sobre o especialista

Dr. Malek Imad é médico especialista de Gestão em Saúde, com pós-graduação em Medicina de Urgência e Emergência, e também pediatria.

Passou o último ano administrando o hospital de campanha de Ribeirão Pires, durante a pandemia.

É o criador de um dos primeiros ambulatórios de atendimento pós-covid 19 do Estado de São Paulo.

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