P. Penedo
Vamos fugir desse lugar
Stephen Hawking vaticinou uma série de acontecimentos futuros. Dentre eles o fim da humanidade no ano de 2600. Para ele, o aquecimento global, a superpopulação e suas consequências, como o esgotamento de recursos naturais, levarão a Humanidade ao colapso. Uma das soluções possíveis, ainda segundo o físico, estaria no projeto “Starshot Breakthrough” cujo objetivo é o de nos fazer chegar à galáxia de Alpha Centauri, onde se acredita que possa haver um planeta habitável. Recentemente a NASA confirmou que a teoria pode estar correta, e Peter Worden, que dirige o projeto Starshot, declarou que, “se tudo correr bem, um pouco depois de meados do século, teremos nossa primeira imagem de outro planeta que possa abrigar vida orbitando a estrela mais próxima”.
Faro
A utilização de animais para a detecção de doenças tem se expandido e proporcionado diagnósticos precoces que se traduzem em esperança e soluções. Os animais mais conhecidos em revelar problemas de saúde em humanos com antecedência são os cães, devido à imensa capacidade olfativa composta de mais de 300 milhões de receptores nas narinas enquanto os humanos em média possuem 6 milhões. São capazes de detectar, através do faro, diversos tipos de câncer, além de poder avisar a pessoas com epilepsia quando estão prestes a iniciar uma crise. Mas não são os únicos. Na Tanzânia e Moçambique ratos são treinados para detectar tuberculose e pesquisadores de variados países já descobriram a mesma capacidade presente em abelhas, e conseguem treiná-las para identificar amostras que incluem inclusive Covid 19. Mas o que não se esperava é que um ser humano também pudesse nascer com essa capacidade. É aí que entra a escocesa Joy Milne. Ela sempre teve um olfato apurado capaz de revelar inclusive o cheiro de substâncias que o marido, médico, havia manipulado em seu trabalho no hospital. Cerca de 12 anos antes de o companheiro ser diagnosticado com o mal de Parkinson ela já percebia que ele exalava um odor que não conseguia identificar. Somente quando, já durante o tratamento, esteve em companhia dele num encontro com outras pessoas que sofriam do mesmo mal é que foi compreender, ao sentir o mesmo odor exalando dos outros pacientes, que havia detectado a doença no marido muito antes que se manifestasse. Hoje a Universidade de Manchester, no Reino Unido, desenvolve um teste, baseado na experiência de Joy, capaz de diagnosticar a doença em cerca de três minutos.
Visão
Esta vem da China. Um estudo promovido por pesquisadores chineses é o primeiro a testemunhar um “acoplamento neural” entre espécies diferentes. A pesquisa sugere que os cérebros de humanos e cães se sincronizam quando olham um para o outro. Um acoplamento neural se dá quando a atividade cerebral de dois ou mais indivíduos se engajam durante uma interação. É um fenômeno natural e pode ser constatado nos seres humanos durante uma conversa ou quando assistem em grupo a alguma narrativa, mas é também observado em outras espécies, como engajamento importante capaz de moldar melhoras no aprendizado coletivo. Mas quando é observado entre membros de duas espécies diferentes, como no caso, suscita reflexões curiosas sobre o relacionamento milenar entre humanos e cães, eternos melhores amigos. Nada a ver com o assunto, ou talvez faça sim algum sentido, mas lembrei nesse momento que o poeta Vinícius de Moraes apelidava o uísque de todos os dias como “cão engarrafado”. Ave, Poetinha.
Conjecturas etílicas
Nunca, jamais diga o que sente. Por mais que doa, por mais que te faça feliz. Quando sentir algo muito forte, peça um drink.
Caio Fernando Abreu
A coragem de sair sozinha. Pedir um drink no balcão. Observar o movimento em volta. Sem pretensão. Sem expectativa. Apenas curtir o momento de sair sem a necessidade de levar alguém pra te dar coragem de colocar a cara no mundo. A coragem de ser, de apenas existir.
Grazi Buport
Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.
Carlos Drumond de Andrade
Tá na hora de pedir a primeira saideira.
Autor desconhecido