Joaquim Alessi
Usuários do transporte coletivo em Santo André, Diadema e Mauá já desfrutam dos inúmeros benefícios de utilizar ônibus 100% elétricos.
Mas, com certeza a grande maioria não tem a mínima ideia de onde eles vêm, por qual empresa são produzidos e o compromisso de todo o processo com a sustentabilidade e o planeta.
Por isso, a reportagem do ABCD REAL foi pesquisar sobre esse trabalho e levantou dados interessantíssimos e revelantes.
Mais que um slogan que virou marca, a BYD (Build Your Dreams), ou Construa Seus Sonhos, em português, tem no nome uma filosofia de propósito.
Tal sensação fica nítida quando se conversa com Bruno Paiva, diretor da Divisão de Ônibus da BYD do Brasil, empresa com sede em Campinas que produz, entre outros, veículos elétricos para o transporte público para melhorar a qualidade de vida das pessoas, com opções de transporte não poluentes, confortáveis e silenciosas.
Presente no Brasil, mais especificamente em Campinas deste 2015, a BYD nasceu, em primeiro lugar, na China, em 1994, nos conta Paiva.
Produzia baterias, mas vem crescendo e ampliando sua atuação para empilhadeiras, armazenamento de energia, automóveis, caminhos, módulos de bateria e muito mais.
“Hoje, de cada 10 celulares, dois pelo menos têm componentes BYD”, relata, além disso, Bruno Paiva.
Investimento em tecnologia
A BYD, porém, não para de investir em pesquisas e avanços tecnológicos.
Atualmente, por exemplo, a bateria já passou por vários processos de evolução e Bruno Paiva adianta que a cada ano ela será bem diferente, compondo um ônibus mais inovador.
Aliás, a grande questão para o setor é mesmo a destinação da bateria. Composta por lítio, fosfato e ferro, ela exige todo cuidado não só na sua produção como também, e, principalmente, na destinação.
“A nossa tem oito anos de garantia ou 500 mil km, mas já há empresas especializadas pegando, fazendo um rebalanceamento e produzindo gerador de energia para residências, prédios comerciais, hospitais e outros, com durabilidade de 8 anos, e depois elas vão para a reciclagem”, afirma, em resumo.
Essa demonstração de responsabilidade sócio-ambiental, claro, ainda tem muito a evoluir, mas é importante saber do compromisso adotado. Notadamente porque a BYD faz parte do Pacto Global da ONU.
Políticas públicas
Finalmente, vale ressaltar que o setor depende ainda, necessariamente, da prática de políticas públicas voltadas ao financiamento desses veículos.
No caso de um ônibus, por exemplo, hoje o custo para colocar cada carro nas ruas é de aproximadamente R$ 2,5 milhões.
Em função do que o veículo elétrico representa de benefício para o meio ambiente, e, consequentemente para a Saúde humana, nota-se que tais valores não representam gastos, mas investimentos.
Em um futuro próximo, eles serão, certamente, responsáveis por menos doenças, internações hospitalares e procedimentos muito mais onerosos.
Até um dado curioso é lembrado por Bruno Paiva quando se comenta o silêncio de um veículo elétrico ao trafegar pelas ruas.
“Ouve-se apenas o atrito dos pneus com o asfalto e um pouco da carroçaria”, afirma, em suma, o diretor.
E, se é confortável para o usuário, da mesma forma o é para o munícipe que tem uma linha de transporte na rua de casa e tem de conviver com os carros circulando a partir de 4h, 5h da manhã.
Quem venham, em conclusão, muito mais ônibus elétrico nos nossos caminhos, com suas inovações!
