Viaduto no km 63 da via foi construído com técnica chamada de ‘Balanço Sucessivo’;
Estrutura foi feita ‘de fora para dentro’, e as duas pontas se encontraram, portanto, sobre duas pistas da Anchieta
As obras da segunda fase da remodelação da entrada de Santos, o Binário 2, ficam entre o km 59 e o km 65 da Via Anchieta.
Integram o projeto Conexão Porto/Cidade, e tiveram, em primeiro lugar, mais uma etapa importante concluída nesta semana.
O novo viaduto no km 63, construído com técnica não tão comum na engenharia, chamada de “Balanço Sucessivo”, chegou, acima de tudo, ao momento do “beijo”.
Isso se dá quando as duas pontas da estrutura, feita “de fora para dentro”, se encontram sobre o vão no centro da pista.
A técnica foi criada na década de 1930 pelo engenheiro Emilio Baumgart, para o projeto da ponte sobre o Rio do Peixe, em Santa Catarina;
É aplicada, por exemplo, quando, nas construções de pontes e viadutos, existe a necessidade de execução de um grande vão.
Da mesma forma, a opção dá-se com a impossibilidade de interdição das vias sob a estrutura durante a fase de construção.
Nestes casos, a construção é feita com a instalação de pilares somente nos extremos da estrutura.
A partir dali, são executadas as aduelas do viaduto, como a montagem das tradicionais peças de Lego.
Momento do beijo
Isso de maneira simétrica e simultânea, até que estas aduelas se encontrem no centro – o “beijo”.
No novo viaduto, o “Ramo A”, os dois pilares iniciais foram construídos na Marginal Sul da Anchieta e entre a SP-148 e a pista Norte.
Técnica semelhante foi aplicada na construção da pista descendente da Rodovia dos Imigrantes.
“Como o viaduto passa sobre a Via Anchieta, incluindo as marginais, e a estrutura precisa ter um vão livre de 100 metros de largura, essa foi a saída que encontramos para preservar a característica da rodovia, enquanto conseguimos, também, garantir a segurança viária e as boas condições de tráfego durante as obras, já que, com essa técnica, os bloqueios são mínimos e pontuais na rodovia, sem prejudicar a passagem dos motoristas”, explica o engenheiro responsável pela obra, Luiz Paulo Calixto Marchese.
Ele explica ainda que, para que fosse possível erguer esses pilares, nos extremos, foi necessária a instalação de blocos de fundação, de cada lado da rodovia.
Nesse ponto foi necessário, além disso, a utilização, aproximadamente, de 400m³ de concreto em cada.
“É um volume muito grande, que em obras do nosso sistema só utilizamos em blocos da segunda pista da Imigrantes”, diz, em resumo.
Próximos passos
Com o encontro das duas pontas no centro do viaduto concluído, a próxima etapa é, portanto, a instalação de pavimento e serviços complementares.
Entre eles, iluminação e sinalização, para a liberação do tráfego.
A obra, que começou em janeiro do ano passado, será, em suma, um acesso direto para os veículos que querem seguir da Zona Noroeste de Santos à Capital.
Isso vai contribuir, da mesma forma, para a melhora na fluidez do tráfego na zona portuária.
E vai refletir, além disso, tanto na rotina dos caminhoneiros que passam pela região diariamente quanto no ganho de tempo e segurança viária de todos os usuários do trecho.
Binário 2
Os trabalhos da segunda fase da remodelação da entrada de Santos, o chamado Binário 2, foram iniciados, em primeiro lugar, em dezembro de 2021.
Agora, alcançaram, em suma, a marca de 90% dos serviços viários concluídos.
Com investimentos de R$ 346,2 milhões, nesta fase, a obra contempla, além disso, mais que o novo viaduto.
Tem ainda, por exemplo, a recuperação total da SP-148, ampliação da capacidade da ponte sobre o Rio Casqueiro e implantação de duas passarelas de pedestres na altura do km 63.
O prazo de entrega é, portanto, novembro de 2023.
Além destas obras, está prevista, também, em conclusão, a implantação de sistema de bombeamento de águas pluviais, com previsão de entrega para novembro de 2024.