Diadema constrói Linha de Cuidado à Pessoa em Situações de Violências Autoprovocadas

In ABCD On
Fotos: Divulgação/PMD

Notificações representam 30% das violências gerais registradas nos últimos quatro anos no município

Para acolher, conhecer as causas e atuar para eliminar ou prevenir situações de violências contra a própria pessoa, Diadema constrói sua Linha de Cuidado à Pessoa em Situações de Violências Autoprovocadas, em conjunto com os municípios do ABCD.

Na quarta-feira (07.12), representantes da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) participaram da 2ª Oficina Regional para a implantação da Linha de Cuidado à Pessoa em Situações de Violências Autoprovocadas, em São Caetano do Sul.

“O evento fechou um processo importante em cada município e na região. Diadema foi representada por 30 participantes e, assim como as demais cidades, apresentou seu Plano de Ação para seguir com a construção da linha de cuidado municipal. Diadema se destacou pelo processo das oficinas municipais que teve como resultado uma matriz de intervenção, um grupo de trabalho sobre o tema e pactuações junto à Secretaria da Saúde e ao colegiado gestor da Secretaria”, avaliou a terapeuta ocupacional e apoiadora da Atenção Básica da SMS, Denise Miyamoto de Oliveira.

“Rodas de conversa com trabalhadores de vários setores sobre acolhimento e notificação dos casos; espaços de cuidado em saúde mental para profissionais envolvidos nessas ações; iniciativas para qualificar a posvenção, a exemplo de apoio e orientação aos afetados (família, amigos e colegas de trabalho ou escola) de casos de violências autoprovocadas ou suicídio são algumas das propostas que serão trabalhadas em oficinas para elaborar um plano de ação com metas, indicadores e cronograma. Tudo isso para pactuação com gestores e inclusão no planejamento dos serviços”, explicou a psicóloga e apoiadora da Atenção Básica, Nancy Yasuda.

Trabalho desenvolvido

De acordo com dados do Núcleo de Promoção à Saúde e Prevenção de Violências (Conviva) do município, os 1.192 casos de violências autoprovocadas representaram 30% das violências gerais (4.155 das notificações) em Diadema, nos últimos quatro anos. Embora, as notificações de violências gerais tenham diminuído, registrando 924, 993 e 843 casos nos anos de 2020, 2021 e 2022 (até outubro) respectivamente, as notificações das autoprovocadas aumentaram a partir de 2020, registrando 253, 269 e 308 casos no mesmo período. Entre as violências contra a própria pessoa, as mais recorrentes são suicídio (e tentativa) e cortes pelo corpo.

De janeiro a outubro deste ano, 308 casos de violência autoprovocada chegaram aos serviços de saúde da rede municipal de Diadema como Unidades Básicas de Saúde (UBSs), Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), Ambulatório DiaTrans, Pronto Atendimentos e Pronto Socorro.

O acompanhamento e fortalecimento da rede municipal para atender pessoas em situação de violência autoprovocada já era realizado. “Com a pandemia pela covid-19, observamos aumento em situações de vulnerabilidades, sofrimento psíquico, situações de violências autoprovocadas e suicídios. Assim, o fluxograma para notificações e atendimentos dessas situações foi revisado e repactuado, construindo um plano de ação com participação da rede de saúde e articulação intersetorial. O grande desafio é o cuidado articulado por essa rede de forma integral, longitudinal e humanizada”, ressalta Denise Miyamoto de Oliveira.

A pandemia também interrompeu a discussão regionalizada, iniciada em 2019 junto à Secretaria do Estado da Saúde (SES). Diante da importância dada ao tema por todos os municípios da região, ela foi reformulada e retomada neste ano.

Passo a passo

A construção do Plano de Ação da Linha de Cuidado à pessoa em situações de Violências Autoprovocadas teve início em agosto deste ano com 1ª Oficina Regional, realiza entre os municípios do Grande ABC. Diadema ainda promoveu três encontros municipais para discussão entre os profissionais da rede, nos meses de setembro, outubro e novembro.

Na oficina inicial, foram abordados temas como complexidade das violências autoprovocadas, impactos da pandemia na intensificação do sofrimento psíquico e aumento das situações de vulnerabilidade. Já nos encontros municipais, foi possível identificar as fragilidades e traçar as estratégias de implantação para a linha de cuidado. A 3ª Oficina Municipal finalizou a proposta do plano de ação criou um Grupo de Trabalho (GT) para apoiar a implantação. As ações serão contínuas e implantadas ao longo de 2023.

Todos podem ajudar

Identificar uma situação de violência autoprovocada nem sempre é fácil, seja por uma pessoa do convívio ou um profissional de saúde. A escuta qualificada sem julgamentos e sem banalizar o sofrimento é uma ferramenta importante para acolher quem está em sofrimento psíquico. O atendimento não se dá apenas em serviços de saúde mental, mas em todo serviço de saúde.

Para quem convive com alguém que está passando por essa situação, o caminho é procurar ajuda especializada, preferencialmente, a Unidade Básica de Saúde (UBS), que é a porta de entrada para a rede de saúde. “Vale lembrar que os CAPS também são serviços de portas abertas não precisando de encaminhamento para ser atendido e em situações de urgência a referência para atendimento em saúde mental é o Pronto Socorro que está do Hospital Municipal”, orienta Denise.

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