Reconhecido por sua marcante voz em clássicos do cinema e da TV, dublador visita espaços culturais da cidade e integra projeto inédito sobre o acervo ferroviário local
O dublador Márcio Seixas esteve em Ribeirão Pires, nesta segunda-feira (19.05), em visita especial que uniu cultura, história e audiovisual.
Ele foi anunciado, em primeiro lugar, como o narrador oficial de documentário que retratará novo projeto da cidade.
Trata-se da chegada e revitalização de vagões ferroviários que farão parte do acervo histórico municipal.
Durante sua passagem, Seixas conheceu, além disso, três importantes pontos de Ribeirão Pires.
Esteve no Parque Professor Luiz Carlos Grecco, no Centro Histórico Literário Ricardo Nardelli (CHL) e no Paço Municipal.
Em cada local, demonstrou, acima de tudo, interesse pelas iniciativas de preservação da memória local.
Além disso, parabenizou a cidade pelos investimentos em cultura e turismo com responsabilidade social.
No encontro com representantes da Prefeitura de Ribeirão Pires e jornalistas, Seixas comentou, da mesma forma, sobre a importância de valorizar a memória ferroviária.
Imaginário coletivo
“Fico muito feliz em dar voz a um projeto que resgata uma parte tão significativa da história brasileira. Os trens, os trilhos e tudo que os envolve são parte do imaginário coletivo”, afirmou, em resumo.
Ele também elogiou a cidade e a recepção calorosa que teve: “Ribeirão Pires me acolheu de forma incrível. É um lugar lindo, encantador e, com certeza, quero voltar mais vezes para aproveitar com mais calma tudo o que ela tem a oferecer”.

Ao saber do projeto, o dublador encantou-se com a ideia e prontificou-se a participar da realização de um documentário sobre a chegada dos vagões.
Vagões de trem desativados, que seriam descartados, serão integrados ao patrimônio cultural de Ribeirão Pires.
A ideia é posicionar os vagões ao lado do CHL, no Centro da cidade, criando um novo espaço que poderá abrigar exposições, atividades educativas e experiências voltadas ao turismo ferroviário.
Conexão histórica
A escolha de Márcio Seixas como narrador do documentário reforça o caráter simbólico e emocional da iniciativa.
Além da sua ligação com a memória coletiva brasileira por meio da dublagem, há uma conexão histórica: Herbert Richers, fundador do estúdio em que Seixas atuou por muitos anos, viveu em Ribeirão Pires.
A coincidência confere ainda mais significado à participação do dublador no projeto cultural da cidade.
A proposta também se alinha a princípios de sustentabilidade.
Ao reaproveitar vagões que seriam descartados, o município contribui com a economia circular e evita o descarte de materiais que poderiam agredir o meio ambiente, mostrando que o desenvolvimento pode andar junto com a responsabilidade ambiental.
A ideia da Prefeitura é que os vagões passem por restauração e adaptação, respeitando sua estrutura original, mas oferecendo condições seguras para o uso em atividades culturais.
O CHL também deve ampliar sua atuação com o novo espaço, aproximando ainda mais a população da história local.
O documentário que será narrado por Seixas já está em fase de pré-produção.
O material será veiculado nas redes oficiais da Prefeitura e em eventos ligados ao turismo e à cultura.
Um pouco de Márcio Roberto Seixas
Iniciou a carreira na dublagem em outubro de 1973, aprovado em um teste da Herbert Richers que atraiu mais de 300 candidatos.
Estagiou na empresa em 1974 e rapidamente passou a atuar, acima de tudo, em grandes estúdios como Televox, Tecnisom, Peri Filmes e Telecine.
Tudo isso, portanto, ainda na década de 1970.
Nos anos de 1980 e 1990, consolidou sua trajetória na Herbert Richers, onde, além de dublador, se tornou locutor oficial do estúdio entre 1991 e 1997.
Durante esse período, foi a voz de aberturas inesquecíveis de filmes e séries exibidos em canais de TV aberta, marcando gerações com sua locução poderosa e solene.
É dele, por exemplo, a voz de Morgan Freeman (Batman, Conduzindo Miss Daisy e outros), e de tantos astros, em Português.
Além da Herbert, trabalhou em estúdios como Delart, Double Sound, Audio News, Wan Macher, Cinevídeo e Audio Corp.
Já nos anos 2000 e 2010, continuou atuando em grandes produções, com passagens pela Som de Vera Cruz, Drei Marc, Rio Sound e MGE Studios, além de estúdios paulistas, sempre, em conclusão, por convites especiais.