Maior preocupação é com os casos de alergia respiratória, como bronquite e asma, que crescem exponencialmente nesta época do ano; especialista elenca os principais cuidados a serem adotados
O veranico e a baixa umidade do ar observados desde a semana passada, em praticamente todo o país, devem permanecer firmes ao longo de toda a semana. Projeções dos institutos de meteorologia apontam que os índices de umidade relativa do ar podem chegar a menos de 20% em cidades das regiões Sudeste, Centro-Oeste, Sul, Nordeste, e até mesmo, no Norte (especialmente no Tocantins) – o que demanda atenção redobrada em relação às doenças respiratórias.
“A baixa umidade atua como fator irritativo das nossas mucosas, contribuindo para o desenvolvimento de quadros de rinite, sinusite, bronquite, asma e laringite”, explica a Dra. Cristiane Passos Dias Levy, otorrinolaringologista do Hospital Paulista e especialista em alergias respiratórias.
Nesse contexto, o frio, a poluição e alguns hábitos equivocados são fatores que nos tornam ainda mais vulneráveis. “A falta de hidratação, o uso de indiscriminado de descongestionantes nasais, o tabagismo e até mesmo a prática de exercícios físicos, dependendo do horário e local, são aspectos agravantes e que jamais podem ser ignorados”, alerta a especialista.
Rotina mais criteriosa
Dessa forma, a adoção de uma rotina mais criteriosa é a melhor forma de evitar tais desconfortos. A começar pela ingestão regular de água, que seria a dica mais elementar em termos de prevenção a todas essas doenças.
“O ideal é beber, em média, oito copos de água ao longo do dia, principalmente nos intervalos de exercícios físicos ou quando se faz o uso da voz com muita intensidade, como é o caso de professores, radialistas e outros profissionais que dependem da comunicação oral”, enfatiza Dra. Cristiane.
Evitar hábitos que potencializem a irritação das vias aéreas é primordial, ou seja, fumar e fazer atividades físicas entre 10h e 16h (quando a umidade é menor) e uso contínuo de descongestionante nasal. “Tudo isso contribui para um ressecamento ainda maior das nossas vias aéreas, além de potencializar eventuais problemas cardíacos. Portanto, devemos evitar sempre”, observa a médica.
Isso também vale, segundo ela, para as aglomerações e a permanência prolongada em ambientes fechados ou com ar-condicionado. Isso porque, o ressecamento das mucosas aumenta o risco de convivência oportunista das vias aéreas.
Mesmo dentro de casa, a especialista explica que esses meses de tempo seco requerem cuidados extras. “Nessa época do ano, é muito importante manter a casa ventilada e livre de poeira, por conta dos ácaros, principalmente. Deixar as janelas abertas sempre que possível e reforçar a limpeza de objetos como tapetes, cortinas e bichos de pelúcia é também essencial.”
Outra dica é usar toalhas molhadas, recipientes com água ou vaporizadores, principalmente nos dormitórios, para manter a umidade adequada.
Abaixo segue o resumo das dicas:
– Tome bastante água para manter as mucosas das vias aéreas hidratadas. O ideal é beber oito copos ao longo do dia (1,6 litro);
– Evite os descongestionantes nasais, sobretudo sem indicação médica. Eles ressecam as mucosas nasais e potencializam irritações;
– Evite fumar, pois a fumaça do cigarro provoca reações alérgicas, além de irritação das mucosas;
– Escolha horários de temperatura mais amena (início da manhã ou final de tarde) para realizar suas atividades físicas;
– Mantenha a casa sempre arejada e tenha atenção redobrada com a limpeza de itens que possam acumular poeira, por conta dos ácaros.
– Aglomerações e a permanência prolongada em ambientes fechados ou com ar-condicionado devem ser evitadas, já que o ressecamento das mucosas aumenta o risco de convivência oportunista das vias aéreas.
– Para elevar o nível de umidade dentro de casa, use toalhas molhadas, recipientes com água ou vaporizadores, principalmente nos dormitórios.