Seminário debate caminhos para a reindustrialização brasileira na sede dos Metalúrgicos do ABC

In ABCD, Canto do Joca, Sindical On
Aroaldo fala no seminário. Fotos: Assessoria

Transição justa, integração das cadeias regionais e investimentos no setor podem ser caminhos para a reindustrialização

Nesta quarta-feira (20.09), o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (SMABC) recebeu o “II Seminário Reindustrialização Brasileira: desafios e oportunidades”.

A atividade, organizada em conjunto com a Rebrip (Rede Brasileira de Integração dos Povos) e IndustriALL-Brasil, visou debater o acordo de livre comércio União Europeia (UE) e Mercosul, a integração regional e cadeias regionais, Indústria 4.0, questões ambientais e setores estratégicos.

O presidente do SMABC, Moisés Selerges, destacou, em primeiro lugar, como o tema tem sido tratado com a União.

“O governo tem pautado o tema de uma Indústria verde, que respeite o meio ambiente e que não queira só produzir, mas dialogar com a comunidade. O presidente Lula disse que o Brasil voltou, e aqui temos dito que a reindustrialização voltou a ser pauta no nosso País”, disse, em resumo.

Debatendo o possível acordo entre o Brasil e a União Europeia, o professor da Universidade Federal do ABC (UFABC), Giorgio Romano, exemplificou temas que poderiam auxiliar na reindustrialização, mas que não estão na atual agenda. “Queremos transferência tecnológica, eletrificação, acesso a financiamento para carros híbridos com biocombustíveis, mas o atual texto não fala disso, apenas sobre os interesses do agronegócio e do capital europeu”, comentou.

A classe trabalhadora tem se mobilizado no debate do setor.

Diálogos avançam

Segundo o presidente da IndustriALL-Brasil, Aroaldo da Silva, os diálogos com o governo federal estão avançando.

“O movimento sindical tem discutido uma proposta de política industrial e seguimos dialogando. Inclusive, quando criado o Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial, foi utilizado como base boa parte das nossas propostas”, detalhou.

Na questão de gênero, a representante da Rede Brasileira pela Integração dois Povos (REBRIP), Graciela Rodriguez, comentou sobre como o acordo pode representar atrasos. “Os salários industriais são os mais ameaçados pelo acordo UE e Mercosul, por conta das importações. O setor é o que tem melhores salários femininos, ele puxa o salário das mulheres”, comentou.

O (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) levou dados sobre o setor industrial que destacam seu papel na economia brasileira.

Segundo o economista Leandro Horie, os investimentos na indústria geram perspectivas em outros setores.

“A economia brasileira está baseada em atividades que geram transbordamento setorial baixo. Mas, quando acontece investimento na indústria, ele acaba transbordando para os outros setores, como serviços e comércio”, explica.

 

Sustentabilidade

Na última mesa, com foco no debate sobre sustentabilidade, o secretário de Meio Ambiente da CUT, Daniel Gaio, reforçou o a necessidade de um programa nacional que articule o tema de transição justa.

“O movimento sindical tem que pautar todo o governo brasileiro para a construção do Plano Nacional de Transição Justa. O conteúdo já está posto, por isso temos que materializar isso num programa, com um olhar especial para o mundo do trabalho”, disse.

O diretor administrativo do SMABC, Wellington Messias Damasceno, exemplificou como o acordo pode afetar a transição no mercado veicular.

“Um dos pontos do acordo é o quão barato será importar o carro elétrico da Europa, que pode ser empurrado para o mercado brasileiro, que não necessariamente precisa fazer a mudança para um carro puramente elétrico”, comentou, alertando para o debate dos biocombustíveis.

Ao final da atividade, foram tirados, além disso, encaminhamentos para os sindicatos, federações, confederações, universidades e representantes do setor público que participaram ao longo do dia.

Entre os temas está, em conclusão, pautar o governo para o Plano Nacional de Transição Justa.

Além disso, incluir o tema nas negociações coletivas e articular um trabalho com foco nos fundos de adaptação lançados pelos governos.

Enfim, pensar o processo de reindustrialização de forma regional.

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