Reabertura das academias: podemos voltar a frequentar estes espaços?

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Katiuscia Figueroa

Muitas academias que estavam fechadas desde março deste ano retornaram às atividades em julho e agosto. No entanto, muitas pessoas ainda vivem um dilema ou têm receio quanto a esse retorno, pois há cidades ou estados que decretaram a flexibilização da quarentena permitindo a reabertura desse tipo de serviço mesmo com as contaminações pela COVID-19 ainda fora de controle.

Além de acompanhar como estão as taxas de retransmissão do novo coronavírus em seu município e saber se você ou alguém de seu convívio diário fazem parte do grupo de risco, algo a ser considerado nos prós ou contras sobre a possibilidade de voltar ou não aos treinos em sua academia é verificar se foram implementados nesta, os protocolos recomendados por órgãos competentes, como a Organização Mundial da Saúde e o Ministério da Saúde.

Para isso, você pode consultar, por exemplo, os sites do Conselho Regional de Educação Física (CREF) da sua região ou da Associação Brasileira de Academias, em que são disponibilizados documentos com procedimentos padrão que devem ser adotados para a reabertura desses espaços. Devemos ter claro que tais medidas não eliminarão as possibilidades de contágio nesse ambiente, mas visam à diminuição dos riscos de retransmissão.

Entre os procedimentos estabelecidos nesses protocolos de segurança, estão: aferição da temperatura corporal no momento de entrada, que não será autorizada quando essa for superior a 37,8º; higienização de calçados; uso de máscara; ampla disponibilização de álcool em gel a 70% para o uso de clientes e colaboradores; limpeza e desinfecção de todas as áreas 3-4 vezes ao dia; disponibilização de kits de limpeza para higienização de equipamentos de treino; limitar a quantidade de clientes nos ambientes (1 a cada 4-6m2); delimitar com fita o espaço de cada cliente nas salas de atividades coletivas (1,5m de distância entre estes, com um máximo de 6-8 pessoas em cada atividade); intercalar equipamentos de exercícios cardiovasculares e armários (deixar o espaço de um sem uso para o outro); manter os ambientes ventilados; restringir o uso de bebedouros, que devem ser usados apenas para encher garrafas; restringir o uso dos vestiários; disponibilizar manuais de orientação sobre os protocolos de segurança, entre outros.

Por outro lado, os clientes também devem fazer a sua parte cumprindo as regras, higienizando as mãos sempre que necessário ou solicitado, usando a máscara corretamente, levando consigo sua própria garrafa e toalha e evitando horários de pico. Lembre-se de que cuidando de si, você cuida também dos demais. Além de cuidado, essa é uma demonstração de respeito ao próximo. Como estamos cansados de ouvir, ainda que você não seja do grupo de risco e pareça estar vendendo saúde, você não conhece a realidade da pessoa que está treinando com você, ou mesmo daquele que está orientando seus treinos. Então, respeite e tente se colocar no lugar do outro.

Se você ainda acha mais seguro continuar com as medidas de distanciamento físico até que a disseminação da COVID-19 esteja totalmente controlada em sua cidade ou até que tenhamos uma vacina, fique em casa! Há muita gente que pensa como você e não há nada de errado nisso. Muito pelo contrário! Nestes mais de 120 dias de restrições às academias, pudemos perceber que é possível realizar programas de exercícios em casa, ainda que em espaços limitados e sem materiais ou equipamentos específicos, sempre acompanhados por profissionais da área da Educação Física, que podem realizar um trabalho personalizado tanto presencialmente quanto remotamente.

Se você decidiu retomar seus treinamentos em uma academia, seja responsável, adote os cuidados necessários, fique atento e verifique se os protocolos de segurança para preservar a saúde dos clientes e funcionários estão sendo seguidos, pois embora muita gente esteja minimizando a gravidade dessa pandemia, a realidade é que ela ainda está aqui! Não podemos nos descuidar.

Autora: Katiuscia Mello Figuerôa, doutora em Ciências da Atividade Física e Desportiva, professora da área de Linguagens Cultural e Corporal nos cursos de Licenciatura e de Bacharelado em Educação Física do Centro Universitário Internacional Uninter.

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