Uma das maiores dificuldades encontradas por pais e professores de ensinos
infantil, fundamental e médio é encontrar apoio e orientações sobre como lidar com crianças e adolescentes com Altas Habilidades ou Superdotação (AH/SD).
Ao identificar facilidades de aprendizagem para dominar rapidamente conceitos, procedimentos e atitudes em um (ou mais) tipos de AH/SD, acadêmico, intelectual, social (liderança), criativo, talentos especiais (arte) e psicomotor, aparecem as dúvidas sobre como incentivar (e se deve incentivar) e agir diante do vocabulário vasto, da leitura precoce, da agilidade de raciocínio e de outras potencialidades apresentadas pela criança/adolescente.
Vivenciando em casa esses desafios gerados pelo filho, hoje com 15 anos, a educadora e pesquisadora Rosana Oliveira procurou ajuda e identificou que João Pedro apresentava AH/SD. “Notei que meu filho, com um ano, já demonstrava agilidade para questões matemáticas, construções espaciais e leitura precoce, fluente com três anos de idade. Com o auxílio da escola, que fez o encaminhamento ao psicólogo, após a realização de testes, ele foi identificado com AH/SD, aos seis anos”, disse Rosana. Resultado: há 11 anos estuda e pesquisa sobre o tema, além de liderar projeto pioneiro e de sucesso: o
INGENIUM.
Desde 2016, o INGENIUM atua de maneira integrada, com atendimento à criança nas aulas, assessoria e formação para a escola e a orientação de pais.
“A escola, normalmente, tem grande dificuldade de oferecer atividades que supram as necessidades dos alunos que apresentam AH/SD”, afirmou Rosana.
Além disso, é preciso considerar que algumas crianças/adolescentes têm muita dificuldade de socialização e interação no ambiente escolar, podendo gerar inquietações.
Em pouco tempo, o INGENIUM ampliou seu atendimento, de 12 alunos (2016) para 65 (2020), além de incluir, por meio de aulas online , participantes do Brasil todo.
“Com método próprio e de forma híbrida, com aulas presenciais e remotas, amadurecemos o trabalho e ampliamos a oferta para diversos estados. A adaptação necessária gerada pela pandemia, para nós, foi rapidamente resolvida, com metodologia diferenciada, dinâmicas diferentes e a realização de eventos em plataformas digitais, como palestras ministradas pelos alunos, explorando o aprendizado das aulas síncronas, como oralidade, respiração e
argumentação”, disse Rosana, que é pedagoga, arte educadora e mestre em Educação Artística pela faculdade de Belas Artes de Lisboa.
A preocupação com estudos científicos é prioridade de Rosana no desenvolvimento das atividades do INGENIUM, e a metodologia que desenvolveu para o projeto, em 2017 é parte do seu projeto de Doutorado.
Nos encontros, que acontecem semanalmente, os estudantes realizam projetos e atividades desafiadoras de acordo com a área de interesse e habilidade, porém, a relação de proximidade com as crianças e suas famílias é o ponto chave para o desenvolvimento dos alunos.
O relato das famílias em relação ao projeto é muito positivo. Algumas crianças com diagnóstico errado de TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção com hiperatividade ), após passarem pelo projeto, deixaram de tomar medicamentos controlados; outras tiveram alta da terapia.
Outro fator relevante é que a maior parte das crianças está autoconfiante e ocialmente incluída em seu meio de convívio.
O INGENIUM oferece aula experimental aos interessados em ocupar um dos poucos lugares nas turmas existentes, independente de avaliações/testes neuropsicológicos.
“As aulas acontecem em formato dinâmico, com desafios, enigmas, jogos e propostas diferenciadas, que ajudam no desenvolvimento e na potencialização das habilidades de cada um. O encontro dos pares no projeto é o diferencial para compreensão, identificação de afinidades e interesses, fazendo com que a criança sinta-se acolhida e valorizada. Tendo características de AH/SD é possível participar”, finalizou Rosana, enfatizando que a equipe é multiprofissional, com professores de diferentes áreas, trabalhando em conjunto.
“Todos os docentes têm formação em AH, são especialistas em educação, matemática, ciências, arte, programação, neuroeducação e criatividade”, disse.
Para entender
A Política Nacional de Educação Especial (2020) Pessoas com altas habilidades ou superdotação podem surgir em qualquer classe social ou grupo étnico.
Elas se caracterizam por apresentar habilidades acima da média em várias áreas de conhecimento (acadêmica, artística, psicomotora, liderança, etc.) ou em uma área apenas.
Podem apresentar elevado grau de produtividade criativa e são comprometidas com o que fazem.
Trata-se de um fenômeno humano presente entre os estudantes.
Dos tipos mencionados, destacam-se os seguintes:
Tipo Intelectual – apresenta flexibilidade e fluência de pensamento, capacidade de pensamento abstrato para fazer associações, produção ideativa, rapidez do pensamento, compreensão e memória elevada, capacidade de resolver e lidar com problemas.
Tipo Acadêmico – evidencia aptidão acadêmica específica, atenção, concentração; rapidez de aprendizagem, boa memória, gosto e motivação pelas disciplinas acadêmicas de seu interesse; habilidade para avaliar, sintetizar e organizar o conhecimento; capacidade de produção acadêmica.
Tipo Criativo – relaciona-se às seguintes características: originalidade, imaginação, capacidade para resolver problemas de forma diferente e inovadora, sensibilidade para as situações ambientais, podendo reagir e produzir diferentemente e, até de modo extravagante; sentimento de desafio diante da desordem de fatos; facilidade de auto expressão, fluência e flexibilidade.
Tipo Social – revela capacidade de liderança e caracteriza-se por demonstrar
sensibilidade interpessoal, atitude cooperativa, sociabilidade expressiva, habilidade de trato com pessoas diversas e grupos para estabelecer relações sociais, percepção acurada das situações de grupo, capacidade para resolver situações sociais complexas, alto poder de persuasão e de influência no grupo.
Tipo Talento Especial – pode-se destacar tanto na área das artes plásticas, musicais, como dramáticas, literárias ou cênicas, evidenciando habilidades especiais para essas atividades e alto desempenho.
Tipo Psicomotor – destaca-se por apresentar habilidade e interesse pelas atividades psicomotoras, evidenciando desempenho fora do comum em velocidade, agilidade de movimentos, força, resistência, controle e coordenação motora.
Informações: Projeto INGENIUM – Telefone: (11) 99379-7910
@projetoingenium