‘A Esperada Companhia’ visita semanalmente pacientes e profissionais de saúde para, em primeiro lugar, administrar uma dose extra de bom humor
Para Dr Mínimus Máximus Maisoumenus e Dra Pipeta, o nariz vermelho é tão importante quanto o jaleco branco no momento do cuidado.
Os dois palhaços fazem parte da “A Esperada Companhia”, que retomou, em julho, as visitas semanais ao Hospital Municipal de Diadema (HMD).
Para levar, acima de tudo, alegria, leveza e bom humor aos pacientes.
O trabalho desenvolvido pela companhia desde 2018 foi interrompido, em 2020, com a pandemia da covid-19.
Durante toda a tarde, os dois percorrem os quartos e corredores brincando com uns, cantando com outros e permitindo que os internados no serviço possam esquecer momentaneamente a dor, sempre atendendo as normas de segurança e higiene do serviço.
Estratégia diferente
Acostumados a fazer rir todos os públicos, os palhaços adotam, em suma, estratégia diferente quando estão no hospital.
“A gente defende que o amor é princípio estrutural. Antes de vir pra cá e ter repertório, a gente treina o estado de palhaço baseado no amor. A pessoa pode estar na condição em que estiver física e você se conecta com ela como ser humano. Que é o fundamental, enxergar a pessoa e não a doença”, explica, em resumo, Kauan Scaldelai, que dá vida ao Dr Máximus. Instrumentos como pandeiro, viola, corneta, pato de borracha, ferro de passar e fitas complementam o uniforme da dupla.
A moradora do bairro Casa Grande, Francisca Rosa da Rocha, tem origem nordestina e aguardava ansiosa para o espetáculo no quarto 801 do HMD.
“É muito bom, fiquei emocionada”, relatou, portanto, ao ouvir a interpretação dos palhaços para a canção Asa Branca, de Luiz Gonzaga. Seu filho Renato José Carneiro também aprovou.
“A musicalidade é a alegria da vida. Dentro do hospital, as pessoas perdem o humor da vida. Elas ficam esperando o palhaço passar porque vai vir alegria. Aí quando a gente vê isso aqui, cantando as músicas do sertão, lembra daquela época”, fala.
Rindo com quem cuida
Os profissionais de saúde do Hospital são fundamentais no cuidado com os pacientes internados e, também por isso, precisam estar bem no desempenho das tarefas.
Por isso, além de encantar os pacientes, Dr Míminus e Dra Pipeta brincam com a equipe. A técnica de enfermagem, Janete da Silva, elogiou a ação.
“Eu me alegro com eles aqui. Os pacientes precisam disso, de brincadeiras para interagir uns com outros. Isso é muito importante para o ser humano, para todo mundo”, afirma a profissional.
Para construir uma prática de atendimento hospitalar humanizada, afetuosa e atenciosa, A Esperada Companhia tem objetivos específicos como criar espaços para momentos de prazer e alegria para pacientes, visitantes e funcionários; ressignificar, por meio de brincadeira, as figuras profissionais e a imagem do ambiente hospitalar presente no imaginário social; aproximar áreas de saúde e cultura, além de continuar o trabalho e pesquisa com Palhaçada Hospitalar.
“A presença dos palhaços tem contribuído para proporcionar aos nossos pacientes, acompanhantes, familiares e também aos funcionários momentos de descontração e alegria, estimulando a aproximação entre as áreas da Saúde e da Cultura, a partir da compreensão de que o bem-estar humano compreende não apenas a saúde física, mas também mental e emocional. Isso torna o ambiente hospitalar mais acolhedor e humanizado”, ressalta a assessora técnica da Diretoria e coordenadora da Comissão de Humanização do Hospital Municipal de Diadema, Bruna Bernardi.
Sorrir
A musicista e atriz Mariana Sibiniel incorpora a Dra Pipeta e estreou no ambiente hospitalar.
“Você se prepara, mas nunca sabe o que vai encontrar. É incrível ver a diferença no rosto das pessoas, na hora”, relata, por exemplo.
Além da palhaça, o Dr Mínimus também prescreve o riso a todas as pessoas, já que tem efeitos curativos imediatos, como aumento da circulação da endorfina e serotonina no cérebro e regulação da respiração.
“O riso tem muitas camadas, a primeira é do bem-estar imediato, isso é importante. O impacto que a gente vê na hora, a pessoa se mexe, acorda, canta. Faz com que a pessoa se distancie por um segundo daquilo (de sua dor) e vivencie um momento de prazer, alegria e emoção”, ressalta Kauan.
E complementa: “Não é um riso que apazigue a questão, mas um riso que liberta. O palhaço mostra que ela pode rir da gente”.
Para ele, quando a pessoa brinca e se diverte, ao retornar para sua condição física, emocional e espiritual, alcança um outro nível de discernimento. O palhaço mostra que ela pode rir da gente”.
HMD
O Hospital Municipal passa, da mesma forma, por intervenções para melhorar a estrutura física de atendimento.
Além disso, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) adquiriu sete televisões para instalação nas enfermarias dos andares do Hospital, conforme avança a reforma do local.
Já foram instalados, por exemplo, aparelhos no 3º, 4º, 5º e 8º andares.
Mais informações sobre a reforma do hospital, em conclusão, em https://portal.diadema.sp.gov.br/hospital-municipal-de-diadema-conclui-reforma-de-dois-pavimentos/.
Serviço:
Hospital Municipal de Diadema
Avenida Piraporinha, 1.682 – Piraporinha.