Tradicional cerimônia afro-brasileira faz parte da programação do Mês da Consciência Negra; concentração começa às 10h em frente ao Cine Theatro Carlos Gomes
O calçadão em frente ao Cine Theatro Carlos Gomes, na Rua Senador Fláquer, será neste sábado (11.11), em primeiro lugar, o ponto de partida da 5ª edição da cerimônia Águas de Santo André.
A tradicional manifestação afro-brasileira ocorre, por exemplo, em várias cidades do Brasil em louvor ao orixá Oxalá, considerado criador da terra e dos homens.
Nas quatro edições anteriores, a Casa da Palavra Mário Quintana, na Praça do Carmo, era, acima de tudo, o local definido para início da atividade.
A concentração será, portanto, a partir das 10h e segue pelo calçadão até a obra Concreção 0005 de Luiz Sacilotto, no cruzamento entre as ruas Coronel Oliveira Lima e Monte Casseros.
Mês da Consciência Negra
O evento faz parte das atividades do Mês da Consciência Negra.
A cerimônia começa com o cortejo em que todos vão a uma fonte para pegar água fresca.
Cada um, em suma, com seu pote ou jarro sobre suas cabeças e com flores brancas nas mãos.
Seguem até os representantes das religiões de matriz africana, que recebem os potes e jarros e lavam as cabeças dos participantes.
O ritual com a água simboliza purificação e renovação, e transmite a mensagem de um novo ciclo e a referência à presença da água – fonte primordial da vida, que se apresenta em todos os rituais da religião dos Orixás.
A lenda
Conta a lenda que Oxalá fez uma viagem a Oyó, para participar de uma homenagem a Xangô. O Reino de Oyo ou Impériode Oyo (entre os anos de1400 e 1834) foi um império da África Ocidental onde é hoje a Nigéria ocidental.
Durante sua viagem, Exu lhe pregou algumas peças que o obrigaram a banhar-se e a trocar de roupa três vezes.
No final da viagem, acabou preso por engano e passou sete anos na prisão.
Durante esse período, o reino viveu a mais profunda seca e muitas doenças assolaram seus habitantes.
Quando essa prisão injusta foi revogada, Oxalá foi banhado e reverenciado por todos os outros orixás e uma nova época de prosperidade voltou, em conclusão, ao reino de Oyó.
Fotos: Divulgação