Névoa Cerebral: neurocientista comenta distúrbio que torna o básico mais difícil e sua relação com a Covid-19

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Dr. Fabiano de Abreu Agrela. Créditos de: Hospital Martin Dockweiler
Um dos piores sintomas do COVID também é o mais incompreendido: Dr. Fabiano de Abreu Agrela discorre sobre a névoa cerebral, ainda pouco compreendida, mas que se assume preocupante

A névoa cerebral é, em primeiro lugar, um distúrbio da função executiva que torna as tarefas cognitivas básicas difíceis. É como não conseguir entender, interpretar o básico e perceber que parece que perdeu a sua inteligência. É como se a pessoa não enxergasse nada, nem mesmo aqueles pensamentos que eram sonhos ambulantes de um cotidiano.

Segundo o Pós PhD Neurocientista Prof. Dr. Fabiano de Abreu Agrela, a névoa cerebral não está diretamente ligada à ansiedade ou depressão, sendo consideradas outras razões, fatores adjacentes como a Covid-19. Conforme ele, essa névoa também é constatada em pacientes com HIV, epiléticos após convulsões, pacientes com câncer/cancro que experimentam a quimioterapia cerebral, pessoas com fibromialgia e algumas outras doenças crônicas.

Inflamação

“Esta faz parte do critério diagnóstico da Encefalomielite Miálgica/Síndrome da Fadiga Crônica (ME/CFS). Uma das razões está no região frontal do cérebro, parte relacionada ao foco atencional, comprometida segundo estudos, assim como na recuperação da memória, mas também em todo o circuito que participa do processo cognitivo. A névoa é, também, um tipo de inflamação que ocorre no líquido cefalorraquidiano. Pessoas com Covid que apresentaram maiores sequelas cerebrais apresentaram inflamação e também grandes níveis de citocinas no líquido que envolve o cérebro e a medula espinhal, relação entre o sistema imunológico e o sistema nervoso”, argumentou.

Fabiano explica que o líquido cefalorraquidiano (LCR) atua como um amortecedor para o córtex cerebral e a medula espinhal, outra função é fornecer nutrientes para o tecido nervoso e remover resíduos metabólicos.

Ainda conforme ele, há também a participação dos astrócitos, células da glia que trabalham como suporte neuronal e estão relacionadas aos processos de memória. Ao ser infectado pelo vírus da Covid-19, danifica a barreira hematoencefálica, modificando a sua permeabilidade. “Ao parasitar o nervo olfativo, o caminho percorrido pelo vírus termina no cérebro afetando o tecido cerebral invadindo as células”, discorreu, em suma.

Fabiano explica que os principais sintomas da névoa cerebral estão:
– Redução na velocidade de raciocínio, aprendizagem e resolução de problemas;
– Dificuldade de concentração e para finalizar uma tarefa;
– Lapsos de memória recente (como não lembrar onde deixou o carro, datas, senhas…).

Também conforme o neurocientista, o programa/tratamento para pacientes neste caso incluem:
– Terapias para tratar os sintomas;
– Técnicas para ajudar os pacientes a lidar;
– Estratégias para gerenciar as atividades diárias;

“A maioria das pessoas com névoa cerebral não é tão severamente afetada e melhora gradualmente com o tempo. Alguns casos, demoram e outros pode não recuperar 100%”, afirmou, em conclusão.

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