No sabadão de ABCD, o governador Rodrigo Garcia (PSDB) deixou claro, em primeiro lugar, duas metas: estabelecer sua marca na chefia do Executivo e ficar longe de Doria.
As conclusões, compartilhadas por velhos líderes tucanos da região, foram possíveis a partir da análise de seus pronunciamentos.
Logo cedo, em Ribeirão Pires, notou-se em seu discurso o tom de falar em dar continuidade às obras do “Governo”. Apenas isso.
Nada de Doria.
Ele estava ao lado do prefeito Orlando Morando, de São Bernardo, da deputada estadual Carla Morando, do vice, Marcelo Lima.
Também ocupavam o palanque o prefeito José Auricchio Júnior, de São Caetano, o deputado estadual Thiago Auriicchio e outros.
Sem contar o anfitrião, prefeito Clóvis Volpi, de Ribeirão Pires, e todo seu time da Estância.
A tática, segundo tucanos de alta plumagem, deve-se ao elevado índice de rejeição do ex-governador, ainda que de forma injusta.
Ou seja, na Estância Garcia inaugurou o Poupatempo, mas não poupou cuidados ao evitar a ligação com ex-chefe.
Estação
Da mesma forma, o governador manteve-se na linha do silêncio sobre Doria ao liberar projeto para construção de nova estação ferroviária de Rio Grande da Serra.
Ao lado do prefeito Claudinho da Geladeira, até usou a piada de Doria, de que agora é “Claudinho da Estação”, mas sem dar crédito.
Como cantam meus amigos Sá & Guarabyra, também na política “o trem do tempo/ chega atropelando
/ para de repente/ sempre na estação primeira”.
Em Santo André, na Feira da Fraternidade, ao lado do prefeito Paulo Serra, da mesma forma ficou clara a falta de solidariedade para com Doria.
É o fim de feira da política, com direito a pastel, espeto (de carne, claro) e muita pimenta. Ardida.
Garcia conversou muito com o presidente da Câmara de Santo André, Pedrinho Botaro, cotado para disputar a Prefeitura em 2024.
Dialogou com o vice-prefeito, Luiz Zacarias, também postulante ao Paço.
Elogiou com sobras a primeira-dama, Ana Carolina Barreto Serra, pré-candidata a deputada estadual pelo Cidadania.
Chegou ao lado do deputado federal Alex Manente (Cidadania), e trocou, acima de tudo, palavras com Fernando Marangoni, Júnior Orosco e outros possíveis pré-candidatos a federal.
Até prefeito do PT
Quem também aproveitou o momento de fraternidade para falar ao pé do ouvido com o governador foi o prefeito José de Filippi Júnior, do PT, de Diadema.
O que ele pediu, ninguém sabe, ninguém viu, mas o chefe do Executivo de Diadema não deu tantos passos rumo ao Paço de Santo André só para comer “dois pastel e beber um chopes”, como brincam os cariocas com os paulistas.
Em conclusão, é só o começo de uma caminhada. Haverá muitas outras, sempre com destino às urnas de outubro. Vale acompanhar, para avaliar em quem votar.
Vejam a entrevista: