Entre março e junho, em plena pandemia do novo coronavírus, a Fundação do ABC contratou 4.959 funcionários diretos.
O movimento vai na contramão da maioria das empresas do País, que demitiram mais de 1,5 milhão de trabalhadores no período.
Apesar do cenário desfavorável, da crise econômica global, para esclarecer é preciso lembrar que corporações de serviços essenciais, como saúde e alimentação, precisaram se adaptar e crescer em meio à adversidade.
Nono lugar
Levantamento da Secretaria Especial de Trabalho e Emprego do Ministério da Economia, publicado pelo jornal Valor Econômico, coloca a FUABC em 9º lugar entre as 10 empresas do País que mais contrataram na pandemia.
Juntas, em suma, as companhias geraram 74.494 novos postos de emprego entre março e junho.
Descontando os desligamentos realizados no período, o saldo positivo portanto é de 38,5 mil trabalhadores contratados.
Aumento natural
A explicação passa pelo aumento natural de demanda nessas áreas sensíveis, diretamente afetadas pela pandemia.
Além disso, há a necessidade de reposição de mão de obra em função de colaboradores contaminados e precisaram permanecer em quarentena.
Há, em segundo lugar, os que integram grupos de risco e foram afastados das atividades.
Lidera a lista de maiores empregadoras na pandemia a Seara Alimentos, com saldo de 5.437 trabalhadores (10.547 admitidos e 5.110 demitidos).
Ela é, da mesma linha, seguida da Randstad Recursos Humanos (5.016) e da Citrosuco Agroindústria (4.760).
Recursos humanos
Os recursos humanos na Fundação do ABC cresceram cerca de 25% no primeiro semestre deste ano.
Partiu de cerca de 20 mil colaboradores em janeiro para 25 mil no final de junho.
Desde o início da pandemia, por exemplo, muitos dos serviços assistenciais foram readequados para o atendimento aos casos suspeitos e confirmados de Covid-19.
Alguns, em outras palavras, passaram a atender exclusivamente a esses pacientes.
Além disso, a FUABC assumiu hospitais de campanha, centros de triagem e confirmou seu protagonismo no enfrentamento ao vírus.
Gerenciou, por exemplo, mais de 800 leitos hospitalares dedicados exclusivamente ao tratamento de casos do novo coronavírus – quase 40% do total de leitos operados pela FUABC.
São Bernardo
Dos 4.959 funcionários diretos contratados entre março e junho, 1.760 foram alocados no Complexo Hospitalar Municipal de São Bernardo do Campo.
Esse serviço ampliou de maneira significativa os atendimentos com as inaugurações do Hospital de Urgência e do novo Hospital Anchieta.
A Central de Convênios, por outro lado, expandiu seu quadro em 1.697 colaboradores para suprir demandas das dezenas de unidades de saúde gerenciadas e de novos serviços que surgiram em função da Covid-19, como os hospitais de campanha de Santo André e o Centro de Triagem da UPA Central de Santos.
São Caetano
Outro destaque foi o Complexo Hospitalar Municipal de São Caetano do Sul, que registrou 399 contratações.
Foram 293 no Hospital Estadual Mário Covas, 246 no Complexo de Saúde de Mauá, 170 no Centro Universitário Saúde ABC / Faculdade de Medicina do ABC (FMABC), entre tantas outras.
Durante a pandemia, a Fundação do ABC assumiu dois novos serviços em parceria com o Governo do Estado de São Paulo, ambos voltados ao enfrentamento do coronavírus.
No Hospital Ipiranga, na Capital, são 10 leitos de Terapia Intensiva e 30 leitos de internação em enfermaria, além da gestão do Centro de Triagem, em trabalho iniciado em 27 de abril.
Já no Hospital Geral de São Mateus, na Zona Leste de São Paulo, a FUABC assumiu em 6 de maio a Clínica Médica do Pronto-Socorro Adulto, que compreende atendimento médico clínico de urgência e emergência no Pronto Atendimento, Sala de Emergência, Sala de Estabilização, Observação Masculina e Feminina.