Dr. Aidan me chamava de “talismã”

In Canto do Joca On
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Corintiano fanático, Dr. Aidan tinha essa foto no Facebook.

Conheci Dr. Aidan em 2004 por causa de uma pesquisa de intenção de votos que encomendamos para entender as eleições municipais daquele ano.

Na espontânea apareciam, em resumo, o ex-prefeito Dr. Newton Brandão (PSDB), o então prefeito e candidato à reeleição, João Avamileno (PT) e o Dr. Aidan (PDT).

Juro, portanto, que me intrigou: “Quem é esse tal de Dr. Aidan?”.

Pesquisei e descobri tratar-se de um ginecologista e obstetra famoso, notadamente em Vila Luzita, que havia feito centenas de partos e era muito amado.

Consegui o telefone fixo dele, liguei e certamente perguntei: “O senhor é candidato a prefeito?”. Ele riu, e corrigiu: “Não, sou candidato a vereador”.

Respondi de imediato: “Então, vai ser o mais votado da cidade, pois aparece em terceiro para prefeito”.

Ele tomou um susto, e, em suma, pediu: “Posso ver essa pesquisa?”. Claro, assenti, e ele veio até a redação. Aproveitei e o entrevistei.

Primeira entrevista

“É a primeira entrevista da minha vida”, confidenciou.

Abertas as urnas, Dr. Aidan foi o vereador mais votado de Santo André, com 10.019 votos, à frente do campeão de votos de 2.000, Sargento Juliano, que em 2004 teve 8.185.

Ele exerceu o mandato, trocou de partido, agitou a Câmara, bagunçou o coreto e começou a ver sua candidatura a prefeito preparada para 2008.

Muita gente queria, mas ele parecia relutar.

Em 2.008 eu apresentava um programa na TV São Caetano (atual Rede Brasil), e o convidei para falar da pré-candidatura.

No corredor, a caminho do estúdio, ouvi de relance uma discussão rápida entre ele e alguém que estava junto (não lembro se era o irmão, Silvio), sobre ele adiar o anúncio.

Mas, já tinha ouvido nos bastidores que ele poderia negociar a candidatura para apoiar Raimundo Sales.

Quando ele sentou na bancada (era ao vivo), eu disse: “Se você não lançar a candidatura aqui, vou falar no ar que está só negociando”.

Ele arregalou os olhos, como costumava fazer, e, já no ar, quando perguntei, respondeu firme: “Sou pré-candidato, sim, estou lançando a candidatura aqui e vou ganhar, porque você é o meu talismã; disse que eu seria o vereador mais votado e fui, e agora, lançando a campanha aqui, vou ser o prefeito”.

Não deu outra

Mas a eleição era muito difícil. Lula era presidente. O PT era forte. Mesmo rachado internamente, na disputa entre Ivete Garcia e Vanderlei Siraque.

Siraque foi pra disputa. Teve 48,89% dos votos no primeiro, contra 21,75% de Aidan, que estava filiado ao PTB.

Participei da transmissão dessa apuração pela TV+ ABC, e analisei que, havendo segundo turno, o quadro, no entanto, mudaria e Aidan poderia ganhar.

Não deu outra: teve 55.03% dos votos, conta 44,97% de Siraque.

Na primeira entrevista depois de eleito, Dr. Aidan, portanto, voltou a repetir que eu era seu talismã.

Adoraria ter sido agora, também, mas infelizmente, em conclusão, a Covid-19, por mais que alguns tentem, não é política. E o tratamento está longe dos partidos e dos candidatos.

Descanse em paz, Dr. Aidan Ravin.

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