Dia dos Pobres

In Artigo On
- Updated

Dom Pedro Carlos Cipollini – Bispo de Santo André

Pobres sempre tereis entre vós, disse Jesus (cf. Mt 26,11). Ele sabe que o egoísmo dura enquanto existir o ser humano. Ele, no entanto, ensinou o caminho para sair do egoísmo que mata as pessoas por dentro. Os ricos, tem a tendência de substituir Deus pelas riquezas, e colocar nelas a segurança. Um mal negócio! As riquezas duram só até a morte, Deus vai além.

O caminho ensinado por Jesus é partilha estrutural, a nível pessoal e social. Isto se faz promovendo políticas públicas na sociedade, que ajudem a eliminar a miséria, a fome e o desespero dos que são marginalizados. A concentração de renda no país é um monumento a injustiça social geradora de miséria.

Tivemos neste último domingo, dia 14/11, a 5a edição do Dia Mundial dos Pobres, uma iniciativa do Papa Francisco para a Igreja do mundo todo. A proposta parte das palavras de Jesus, quando aparece como juiz universal: “Apartai-vos de mim, malditos! Ide para o fogo eterno preparado para o Diabo e seus anjos. Pois tive fome e não me destes de comer, tive sede e não me destes de beber, era estrangeiro e não me acolhestes; estava nu e não me vestistes, doente e no cárcere e não me visitastes. Então eles perguntarão: Senhor, quando te vimos faminto ou sedento, estrangeiro, nu, enfermo ou no cárcere, e não te assistimos? E o juiz responderá: toda vez que não fizestes isso a um desses pobres, a mim o fizestes” (Mt 25, 41-45).

Com a participação de muitos voluntários generosos, profissionais de várias áreas inclusive advogados, psicólogos, cabeleireiros etc; foi possível acolher e dar um dia de dignidade, comida e carinho, a centenas de moradores de rua. Isto não resolve o problema da pobreza, mas sinaliza o que se deve fazer por eles. Foram muitas as dificuldades para articular e preparar este dia, inclusive má vontade de quem deveria ajudar em primeiro lugar. No entanto,  a grande generosidade, senso de partilha e cidadania dos católicos e outras pessoas de boa vontade, fizeram a diferença. Foi bom, foi bonito, gratificante.

Por que os católicos se preocupam com os pobres? Porque acreditam que o dinheiro não pode valer mais que as pessoas, defendem uma economia ética e sustentável, como propõe o economista Joan A. Melé, e outros (cf. Estado SP 15/11/21 p.b11). Existem, porém, cristãos de outras denominações adeptos da “teologia da prosperidade”. Eles acreditam que, quem é rico já está predestinado à salvação. A pobreza é sinal de maldição. Para estes os pobres são descartáveis e não são os preferidos de Jesus como está no Evangelho.

Existem entre nós muitas propostas de auxílio para combater a pobreza, mas infelizmente, acabam se tornando plataforma eleitoral. Precisamos um pacto social capaz de mudar nossa cultura, para termos uma sociedade inclusiva onde caibam todos na distribuição dos bens.

E mesmo que os pobres continuem existindo, não precisarão viver como animais ou morrer pelas ruas. Uma justa distribuição de renda dará dignidade a todos. Todos ganharemos com um mundo mais justo e fraterno, sonhado por Deus.

You may also read!

A vida e o professor Cauby

Por Guttemberg Guarabyra* A mídia martela em minha cabeça que o mundo anda cada vez pior. Afirmado, provado, visto, comentado,

Read More...

São Bernardo concentra 45% dos empregos formais do ABCD no 1º bimestre de 2024

Dados divulgados pelo Caged registram, em primeiro lugar, que cidade gerou saldo de 3.123 postos de trabalho com carteira

Read More...

Poliesportivo Celso Daniel reinaugurado em Mauá com muitas melhorias

Atividades esportivas foram promovidas para celebrar, acima de tudo, a entrega do equipamento à população Em dia marcado por celebração

Read More...

Leave a reply:

Your email address will not be published.

Mobile Sliding Menu