Ação é fruto do trabalho do MDDF, com recursos do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas e o Programa de Ação Cultural – ProAC
Nesta sexta-feira (13.12) será lançado em Santo André o documentário e a publicação “Tamarutaca, História e Memória de Sua Gente”, projeto do MDDF – Movimento de Defesa dos Direitos de Moradores de Favelas de Santo André contemplado com recursos do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas e o Programa de Ação Cultural – ProAC.
Os trabalhos procuraram registrar a história da constituição da favela Tamarutaca, uma das maiores do município de Santo André, atualmente com 1.266 domicílios (Sumário de Dados da Prefeitura de Santo André, 2022).
Para produzir a publicação, foram entrevistadas 55 pessoas no total, dentre estes, prioritariamente, 40 moradores e moradoras da Tamarutaca, 15 técnicos e técnicas de órgãos públicos municipais que trabalharam na urbanização da favela, entre outros atores sociais, além de contarmos com a colaboração do memorialista Ademir Medici e da historiadora e museóloga, Suzana Kleeb do Museu de Santo André.
O registro da história local começou em 2019, com a participação dos moradores e convidados em oficinas de um projeto anterior, “Cultura no Meio da Favela”, com recursos da Fundação Banco do Brasil. Também foram realizadas pesquisas em órgãos oficiais. O trabalho foi paralisado durante a pandemia de Covid-19 e voltou a ser iniciado em 2023 e finalizado com as oficinas e entrevistas, em 2024.
O lançamento acontece no Sesc Santo André, entidade que apoiou o projeto. Para marcar a data, haverá o show da “Comunidade do Samba Tamarutaca”, grupo que conta com moradoreslocais e que tem procurado incentivar as manifestações culturais da comunidade.
“Estamos muito felizes de entregar mais este projeto à comunidade e agradecemos a todas as pessoas que trouxeram suas memórias e percepções sobre a Tamarutaca. Entendemos que este material representa o reconhecimento do MDDF à Tamarutaca, mas também a todas as outras favelas da cidade, onde vivem muita gente que luta por moradia digna”, afirma a presidente do MDDF, Josenilda Maria da Silva.
A publicação e o documentário vão integrar o acervo de instituições públicas, como o Museu de Santo André. “A história da Tamarutaca e posteriormente do MDDF se conectam e perduram ao longo do tempo. Desde o apoio inicial às lideranças comunitárias, na luta pela AEIS (1992) que possibilitou o início do projeto de urbanização”, afirma Elena Maria Rezende, pesquisadora responsável pela pesquisa histórica e documental e entrevistas de vários segmentos envolvidos sobre a constituição da Tamarutaca.
“A partir do Projeto Criança Cidadã para crianças e jovens, o MDDF passou a realizar projetos socioeducativos, culturais e socioambientais. Estas contribuições têm sido fundamentais para colaborar com a educação para a cidadania e para continuar a luta pelo Direito à Cidade e pela qualidade de vida junto a outras comunidades”, completa Elena.
Sobre a Favela Tamarutaca – A Tamarutaca, no início conhecida como Sítio Casa Grande, tem uma história de aproximadamente 50 anos. A comunidade começou a se formar nos anos 1970, tendo como os seus primeiros moradores, principalmente, pessoas que vieram do Nordeste em busca de melhores condições de vida, embora tenham convivido durante décadas com falta de acesso à água encanada, energia, rede de esgoto e asfalto. O processo de urbanização da Tamarutaca teve início em 1989, mas somente em 2008 foi concluído. Os moradores conquistaram o título da terra apenas em 2021.
A comunidade ainda possui a primeira casa ocupada na área e que deu origem a toda a Tamarutaca. Após mais de 40 anos da ocupação, foi possível registrar as relações de identidade dos moradores com o local, que se dizem orgulhosos de residirem na comunidade.
Sobre o MDDF – O MDDF Santo André foi fundado em 1987, a partir da criação em Santo André do Movimento de Defesa dos Favelados em 1977, para representar moradores de núcleos e conjuntos em Santo André.
É uma associação de caráter civil, de direito privado, sem fins lucrativos, constituída para defender o direito de todos à moradia digna e à cidade, tendo entre suas finalidades a promoção da cultura, da educação, da saúde, do esporte e lazer.
A entidade é certificada pelo Ministério da Cultura como Ponto de Cultura Viva, por promover ações culturais nas favelas de Santo André, atuando em rede e fortalecendo a cultura local.
Integrante do Conselho Municipal de Políticas Culturais, o MDDF está presente em diversos fóruns, audiências públicas, congressos e seminários em nível local, estadual, nacional e internacional, além de diversas ações de fortalecimento da organização comunitária nas comunidades associadas.
Ao longo destes 35 anos de existência, o MDDF tem atuado nas favelas do município com diversos projetos nas áreas de cultura, meio ambiente e participação cidadã, oferecendo atividades socioeducativas e culturais para os moradores, em parceria com a Prefeitura de Santo André e entidades como o Sesc.
SERVIÇO
Lançamento da publicação e documentário
Tamarutaca – Memória e História de Sua Gente
Dia 13/12/2024
Horário: 19h (teatro do Sesc); 20h (espaço de eventos)
Endereço: Rua Tamarutaca, 302