No total, 41 empresas estiveram presentes no Ginásio Ayrton Senna, oferecendo, em primeiro lugar, 1.500 vagas diretamente aos trabalhadores / Organização foi elogiada pela população
Nesta terça-feira (30.04), a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho (SEDET) realizou o maior feirão de emprego dos últimos anos em Diadema.
Foram cerca de 1.500 vagas, em 41 empresas da região. Duas grandes redes de supermercados, sozinhas, ofereceram 350 postos.
Mas também havia vagas para todo tipo de ocupação, de motorista a engenheiro, passando por costureira, pedreiro, instalador de fibra óptica e estágio em pedagogia.
Cerca de 2.000 pessoas, portanto, passaram pelo evento.
“Foi uma grande festa para comemorar o dia do trabalhador e da trabalhadora,” celebrou o secretário Fábio Nunes, titular da SEDET.
“As empresas que estão aqui estão de parabéns, porque vieram olhar nos olhos de cada um que busca conquistar o trabalho digno e decente que a lei garante. Eu fico até emocionado de estar ajudando a Prefeitura a dar esse presente para Diadema.”
A vice-prefeita Patty Ferreira acompanhou o processo desde cedo.
“Espero que esse seja um dia de transformação para cada trabalhadora, cada trabalhador. O desemprego é cada vez menor em Diadema, mas ninguém fica parado. Essa gestão minha e do Prefeito Filippi está o tempo inteiro criando e trazendo oportunidades para que vocês possam ter uma renda e gerir a vida de vocês,” afirmou Patty, em suma.
Primeiras a chegar
Em busca de uma vaga de auxiliar de limpeza, as vizinhas Márcia Beatriz Soares, 42, e Telma Regina da Silva, 45, do Casa Grande, foram as primeiras a chegar na fila, por volta da meia-noite.
“Pegamos o último ônibus e já ficamos aqui na frente, para garantir. A gente não tem muito estudo, por isso cada chance que aparece a gente tem que agarrar, né?”, disseram.
Às 6 da manhã chegou outra vizinha, Zilda Domingos dos Santos, 48.
“Estou há 6 meses desempregada, lavando roupa pros outros, fazendo faxina, mas agora quero um emprego certinho, porque eu estou precisando, tenho três crianças pequenas em casa,” explicou Zilda.
“As meninas guardaram um lugar pra mim, porque eu tenho dois bebezinhos. Vim a pé do Casa Grande até aqui (cerca de 5km).”
Contando com a vaga
Já as cunhadas Maria Onide, 54, e Sirlene Aparecida, 54, do Serraria, chegaram às 5 da manhã e já estavam contando com a vaga a ser conquistada.
“Vamos conseguir um trabalho registrado, com fé em Deus!,” torcia Onide. “Eu preciso trabalhar.”
Para Sirlene, o que aparecer na área de limpeza está bom: “O que eu sei fazer é isso, faxina.”
Luís Mário Marques de Brito, 63, do Jd. Santa Lúcia, também chegou por volta das 5.
“A gente que tem mais idade já é mais difícil conseguir a vaga, se não chegar cedo aí é que não consegue mesmo,” disse ele.
Todos elogiaram a organização do evento, por ter água, sombra e espaço pra sentar. “Achei que ia ficar no sol,” resumiu Sirlene, rindo.
Primeiro emprego
O jovem Kalel Gonçalves Borges, de 15 anos, estava no feirão em busca do primeiro emprego.
“Já trabalhei em lava-rápido e na doceria da minha mãe, mas nada registrado,” falou, por exemplo.
“Se eu pudesse escolher, eu gostaria de trabalhar de recepcionista ou estoquista, mas o que vier pra mim é bom, já me dá experiência e uma renda própria, pra eu começar a ter independência.”
E o que pretende fazer com o primeiro salário? “Ajudar nas contas lá de casa, comprar umas coisas pra mim e… comer, né?”, riu.
Eduardo Luiz de Souza Barbosa, 18, chamava a atenção com o seu cordão que o destacava como pertencente ao espectro autista.
Ele chegou com um pouco de receio (“Quem não tem medo de não ser aceito?”), mas não teve problemas em passar pelo processo.
“Foi mais simples do que eu imaginava. Muitas empresas me falaram que estavam buscando pessoas assim, como eu, e isso foi bastante impressionante. Sinal que estão nos dando mais chances”, disse, da mesma forma.
Professor cubano
O professor de Educação Física Yojabny Denis Pedroso Gasmuri, 43, chegou de Havana, Cuba, e há 6 meses e mora no Eldorado.
“Eu preciso trabalhar,” diz ele, mas ainda em portunhol, ao justificar por que não está escolhendo muito.
Lá, trabalhava de motorista, mas surgiu a oportunidade de vir para o Brasil e ele veio. Uma decisão acertada: duas empresas o procuraram no Feirão e ele deve, portanto, fechar com uma delas. “A que tem o salário melhor,” indicou ele.
“O feirão é isso, um encontro de empresas e candidatos para facilitar o processo de recrutamento e seleção,” explica, em resumo, Lu Novais, diretora de Articulação Empresarial da SEDET, responsável também pela plataforma digital Emprega Diadema.
“Uma excelente oportunidade para os candidatos conhecerem todas as empresas em um só lugar, apresentarem seus currículos e até mesmo participarem de entrevistas rápidas. Para as empresas, é uma maneira eficiente de divulgar vagas de emprego e já receber candidatos. Em resumo, são uma forma dinâmica e eficaz de conectar candidatos a oportunidades de emprego e impulsionar o mercado de trabalho”, explica, em suma.
Inteligência Artificial
Os candidatos que não encontraram o emprego dos sonhos ou que não puderam comparecer ao feirão, podem ainda cadastrar seus currículos no Emprega Diadema.
O sistema usa inteligência artificial para, em conclusão, fazer uma análise do perfil do candidato e indicar as melhores vagas. Basta clicar aqui.