Sucesso em todo o Brasil, espetáculo convida à reflexão e à liberdade de pensamento e chega a Santo André, neste 27 de janeiro, para duas únicas apresentações gratuitas
O espetáculo O DEUS DE SPINOZA resgata, em primeiro lugar, o pensamento do reconhecido filósofo holandês Baruch de Spinoza.
Condenado no século XVII por sua reflexão sobre a relação do ser humano com Deus e com a Natureza, contestando dogmas religiosos da época.
Renegado por séculos, seu pensamento foi, acima de tudo, resgatado. e hoje é motivo de estudos no mundo inteiro.
Após temporada de sucesso em São Paulo, O DEUS DE SPINOZA chega a Santo André, portant, para duas apresentações gratuitas.
A direção é de Luiz Amorim, que também integra o elenco ao lado de Bruno Perillo, Juliano Dip, David Kullock e Roberto Borestein, com Lisi Andrade como stand-in.
Os figurinos (maravilhosos, por sinal) são de João Pimenta, a iluminação de Cesar Pivetti com cenários de Evas Carreteiro.
A peça é pontuada, além disso, por músicas sefarditas do século XVII, executadas ao vivo, com direção musical de Marcus Veríssimo.
O dramaturgo
O texto é assinado por Régis de Oliveira, jurista e desembargador renomado que há anos se dedica ao estudo de filosofia.
Em sua estreia como dramaturgo ele faz um recorte da vida de Spinoza, desde sua condenação – o Herem, em 1656 – até a sua morte, em 1677.
“Através do pensamento do filósofo, podemos reconhecer muitos comportamentos de nossa sociedade atual, com suas superstições, crenças ou mistérios. E podemos notar como os donos do poder sabem manipular as multidões através do medo e da imposição do sistema”, conta, em resumo, Régis.
Mundo conturbado
Vivemos atualmente num mundo conturbado com emoções descontroladas.
O momento pelo qual passamos necessita de reflexão, entendimento e clareza. A filosofia de Spinoza nos traz uma luz nestes tempos.
Sua ampla e densa obra trata da relação do ser humano com Deus e com a Natureza. Trata dos afetos, do direito natural, da essência humana.
Baruch de Spinoza viveu no Século de Ouro dos Países Baixos. A Holanda fervilhava culturalmente no século XVII. Ali estava Grócio, um dos pais do direito público, Descartes que escolheu a Holanda como pátria espiritual e Rembrandt e Vermeer que despontavam na pintura. “Spinoza balançou o mundo e o pensamento moderno. A montagem trata os personagens com humanidade, com seus erros e acertos e principalmente com as suas convicções. Busca trazer o pensamento de Spinoza de uma forma profunda mas acessível, para que, como diz Spinoza, afete de alguma maneira o público. Estas são as afecções”, fala Luiz Amorim sobre o espetáculo.
Sinopse
Amsterdã, ano de 1677. O país fervilha intelectual e economicamente. Ali um livre pensador questiona as doutrinas e dogmas religiosos e políticos. Baruch de Spinoza é chamado a arrepender-se, mas não abre mão de seu pensamento. Assim passa pelo Herem, a condenação judaica, equivalente à excomunhão, e vai viver no exílio da sua comunidade. Tem o apoio de seu amigo Jan Rieuwertsz, com quem pode desabafar e contar de seus planos futuros. Um convite à reflexão e à liberdade de pensamento. O espetáculo é pontuado por músicas safarditas do século XVII, em língua ladina, executadas ao vivo.
Serviço:
O DEUS DE SPINOZA
Texto: Régis de Oliveira
Direção e Adaptação: Luiz Amorim
Direção Musical: Marcus Veríssimo
Elenco: Bruno Perillo, Juliano Dip, David Kullock, Luiz Amorim e Roberto Borenstein
Musicistas: Marcus Veríssimo, Margot Lohn, Lucas Bisparo e Lisi Andrade (stand-in)
Desenho de Luz: Cesar Pivetti
Cenografia: Evas Carretero
Figurinos: João Pimenta
Dia: 27 de janeiro, sábado, com sessões às 15h, com interprete em libras, e às 19h. Espetáculos gratuitos
Duração: 80 minutos.
Classificação: 12 anos.
Teatro Conchita de Moraes
Praça Rui Barbosa, 12, Santa Teresinha, Santo André
Instagram: @odeusdespinoza
Sobre a equipe
“O objetivo foi trazer este texto, que é tão profundo e intenso, de forma real, com seus personagens de fato defendendo o que acreditam. Assim a peça é dinâmica, ágil e perspicaz. Contamos esta história cercados de grandes talentos. Temos no elenco o ator David Kullock, do setor artístico do Clube A Hebraica, que também é Hazam (aquele que conduz o serviço das orações de forma cantada na Sinagogas). Os figurinos são de João Pimenta, um dos maiores nomes da moda brasileira, que se destaca por seu estudo sobre os costumes históricos e o investimento em sustentabilidade e na economia circular”, diz, em resumo, o diretor Luiz Amorim.
Juliano Dip, ator e jornalista- repórter do Jornal da Band, apresentador do podcast #todagente e ex-CQC-, já atuou ao lado de Paulo Goulart Filho, Jairo Mattos, Maria Eugênia de Domênico, Kiko Jaess, entre outros.
Cesar Pivetti é um iluminador sensível ao teatro de palavra, e que busca sempre valorizar o pensamento nas encenações.
A direção musical de Marcus Veríssimo pontua e ilustra o espetáculo, e transporta o público em uma viagem pelo pensamento spinoziano.
Para a trilha, ao vivo, conta também com a pesquisa, composições e arranjos dos talentosíssimos Gabriel Ferrara e Margot Lohn.
Ela que é especialista em música ladina e tradições sefarditas.
Evas Carretero tem se destacado como cenógrafo, além de multiartista que é.
Seus mais recentes trabalhos são com a Cia da Revista e com o projeto Take Único”.
Luiz Amorim, além de ator, dublador e locutor, é gestor cultural, e traz ao projeto toda a sua experiência artística.
A direção é dinâmica, arrojada e valoriza as intenções e a interpretação dos atores.
Reflexão sobre a ética
Diz o diretor Luiz Amorim: “Buscamos trazer o pensamento de Spinoza para nosso tempo de agora, o momento em que vivemos com tantas contradições. É como se Baruch Spinoza questionasse as pessoas que estão vendo o espetáculo naquele momento. Que somos todos nós que estamos na plateia. Somos testemunhas da elaboração de seus pensamentos. Presenciamos o filósofo nos momentos em que ele prepara o seu livro ‘Ética’. O espetáculo traz uma reflexão sobre a ética e sobre nossos comportamentos”.
Segundo Maurício Marsola, Professor de Filosofia na Universidade Federal de São Paulo, “…o ser humano é um modo da substância que possui uma faculdade capaz de conhecimento do mundo, a razão e as paixões, forças em nós que devem ser conhecidas e diante das quais é preciso ter serenidade”.
Diz ainda o professor da Unifesp: “É preciso, portanto, segundo uma famosa afirmação de Spinoza, ‘não rir ou chorar, alegrar-se ou entristecer-se, mas entender”.
Régis de Oliveira, além de desembargador renomado, é uma pessoa pública de notório saber, ex-deputado – já foi até prefeito de São Paulo.
É também romancista e autor de vários livros.
Dedicado ao estudo da Filosofia, ele agora se engendra pelo mundo da dramaturgia, trazendo-nos este texto sobre a vida de Spinoza.
“Eu sempre me dediquei ao pensamento e à reflexão. E já há anos tenho professores particulares ou consultores, especialmente para a Filosofia. Para escrever esta obra, contei muito com a assessoria do Professor Maurício Marsola, que me conduziu na interpretação de Spinoza”, diz o autor.
E segue: “Também tive assessoria para o estudo da filosofia e da doutrina judaica, tão importantes para entender a condenação de Spinoza, contextualizá-la e também para contar essa história. Spinoza é um dos mais notáveis filósofos de todos os tempos. Essa peça não é um estudo biográfico nem de análise de sua obra. Trata-se de localizar o autor em seu tempo, imaginar os confrontos que teve por força de sua crença religiosa em face de outra”.
Sobre a encenação, por Luiz Amorim
O texto parte de um estudo de filosofia. Traz à cena a história do filósofo, sua condenação, mas também a essência do seu pensamento.
Buscando, em resumo, a agilidade para os diálogos, a movimentação dinâmica nas cenas e muita musicalidade.
A valorização do texto traz à, em suma, luz o brilhante pensamento deste que foi considerado profano, herege e traidor.
Mas, hoje é considerado, acima de tudo, um dos mais importantes filósofos da história.
As cenas foram separadas, além disso, de modo que a ação decorrente do fato (a condenação) trouxesse questionamentos para os próprios personagens.
A narração surgiu, em suma, do processo da encenação, dividindo o personagem do amigo e editor de Spinoza (Jan Rieuwertsz) e trazendo-o como narrador.
Pensamento ainda incomoda
Ele também é, da mesma forma, o elo do tempo.
Aquele que nos diz, por exemplo, que Spinoza não morreu porque seu pensamento incomoda até os dias de hoje.
O corpo, o gesto, o olhar. Estes são, acima de tudo, os instrumentos usados cenicamente.
Tudo nos atores conduz, portanto, para o pensamento de Baruch, suas indagações, suas reflexões, sua indignação com o que que já está dito.
A esses se juntam os instrumentos musicais (violão, guitarra, baixo, violino, sopro e vozes) que tratam o espetáculo como uma oração e têm, em conclusão, uma partitura definida.
FICHA TÉCNICA
Texto: Régis de Oliveira
Direção e Adaptação: Luiz Amorim
Direção Musical: Marcus Veríssimo
Elenco: Bruno Perillo, Juliano Dip, David Kullock, Luiz Amorim, Roberto Borenstein
Musicistas: Marcus Veríssimo, Margot Lohn, Lucas Biscaro e Lisi Andrade (stand-in)
Desenho de Luz: César Pivetti
Figurinos: João Pimenta
Cenografia: Evas Carretero
Visagismo: Beto Franca
Designer Gráfico: Luciano Alves
Técnico e operador de luz: Violeta Chagas
Contrarregragem: Magnus Odilon
Fotografia: Ronaldo Gutierrez – @fotosgutierrez
Assessoria de Imprensa: Flavia Fusco Comunicação
Trafego online: Leo Akio
Produção Executiva: Erika Horn
Realização: HORN Produções Artísticas