Jornalista Ari Borges merece um minuto de silêncio e a eternidade para ser lembrado

In Canto do Joca On
- Updated
Ari Borges, em 2 de fevereiro de 1980.

Conheci Arizão em 1976, na Faculdade de Jornalismo. Grande cara, literalmente, em todos os sentidos.

Tínhamos de 17 pra 18 anos. Muitos sonhos, projetos, queríamos mudar o País, ainda sob a ditadura militar.

Lembro de um texto brilhante dele sobre o Chile de Allende deposto, que tinha o formato do mapa daquele país, terminado em lágrimas.

Alguns anos depois, quando lhe disse que brincava de montar Saltimbancos, ele fez pouco caso de Chico: “Quem não sabe, faz versão, adaptação…”

Ari sempre foi muito inteligente, rápido, decisivo.

Em 1978 me chamou: “Quim-Quim (era assim que me chamava), tem uma vaga de repórter-estagiário no POP (Popular da Tarde)”.

Lá fui eu, contratado por Walter Lacerda e Sergio Carvalho graças ao Arizão.

No dia seguinte estava lá. Cobria o Juventus. Ele, a Portuguesa.

Em 1980, casei em 2 de fevereiro. Arizão foi padrinho, com a Guta.

Vestiu terno branco, gravata vermelha e colocou um cravo vermelho na lapela.

Encantou a todos na Capela de Santo Ivo, no Ibirapuera. Ou melhor, a todas… quase desfez alguns casamentos ao participar do nosso, meu e da Rosana.

Brincadeiras à parte, Ari sempre foi galã, galanteador, sedutor.

Por essas coisas da profissão, caminhei por umas páginas, ele por outras.

Fomos juntos, porém, à inauguração do Famiglia Mancini (com o Tupac, hoje Sandro TwoPac, pequenininho), um dia à tarde, antes mesmo da abertura oficial.

Sandro TwoPac, o Tupac, com Arizão, em dia de Majestoso, quando o Tricolor venceu por 2 a 1

Acompanhei de longe a trajetória dele, sempre brilhante.

Fez muito sucesso em Placar, Folha de S.Paulo, e na tevê (Cultura, ESPN, Record, RedeTV e Band).

Fiquei sabendo de sua morte pelo grande narrador Nivaldo Prieto, e até agora não me conformo.

Menino, 63 anos (eu estou com 62), tinha muito ainda a nos ensinar.

E vai continuar ensinando, porque suas lições estão aí, para quem quiser aprender.

Troquei duas mensagens rápidas com Utama Rhodes, sua linda filha. E lembrei do dia em que ele me contou com um lindo sorriso que ela estava na Austrália.

Preferi não falar de doença. Sei que teve câncer de estômago, e há 20 dias tinha contraído a covid-19.

Nos deixou neste sábado (12/9), e foi enterrado no domingo, em Vila Pauliceia, São Bernardo.

Queria dizer muito mais, lembrar que sempre tivemos o mesmo amor pelo Tricolor do Morumbi.

Mas, Ari merece mais que palavras.

Merece um minuto de silêncio, como se faz no futebol, sua paixão.

E merece uma eternidade para ser lembrado.

You may also read!

Programa de recapeamento contempla vias do Jardim Cláudia, região dos Casa, e beneficia moradores

Com investimento de R$ 2,3 milhões de São Bernardo, pacote de melhorias viárias no bairro inclui pavimentação, acessibilidade e

Read More...

Prefeitura de São Caetano do Sul promove Caminhada Inclusiva de conscientização ao autismo

“Informação gera empatia. Empatia gera respeito!” Os dizeres de uma das muitas faixas na Caminhada Inclusiva pelo Abril Azul, mês

Read More...

Taka entrega novo tomógrafo ao Quarteirão da Saúde de Diadema

Equipamento de ponta substituiu o antigo e vai realizar, acima de tudo, mais de 600 exames de imagem mensais A

Read More...

Leave a reply:

Your email address will not be published.

Mobile Sliding Menu