A preservação da fauna paulista tem, em primeiro lugar, um de seus mais importantes aliados no município de Araçoiaba da Serra, na região de Sorocaba. É lá que pesquisadores do Centro de Pesquisa e Conservação de Fauna do Estado de São Paulo (CECFAU), da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), desempenham um trabalho crucial para proteger o futuro de diversas espécies ameaçadas de extinção. Desde 2015, o centro já registrou 149 nascimentos de filhotes por meio de atividades de manutenção, reprodução e pesquisa dos animais.
Atualmente, os esforços se concentram, por exemplo, em preservar e proteger seis espécies: o sagui-da-serra-escuro, o mico-leão-preto, o mico-leão-de-cara-dourada, a arara-azul-de-lear, o tamanduá-bandeira e a perereca-pintada-do-rio-pomba. Entre eles, são animais nativos das matas e florestas de São Paulo o mico-leão-preto, o sagui-da-serra-escuro e o tamanduá-bandeira.
A assessora técnica do centro, Giannina Piatto Clerici, explica que as espécies foram escolhidas devido ao baixo número de indivíduos em cativeiro. “Primeiro, a gente precisa estabelecer um número de segurança em cativeiro para depois pensar na possibilidade de soltar na natureza.”
Novos integrantes
E, quase todos os meses, o CECFAU ganha um novo integrante. Em março, foram identificados filhotes do sagui-da-serra-escuro, conhecido popularmente como sagui-caveirinha. Eles são facilmente identificados pela face predominantemente branca, que lembra um pequeno crânio, em contraste com a pelagem do corpo toda preta.
Em fevereiro, as araras Lindsay e Francês tiveram mais dois filhotes – desde 2018, já são 17 aves geradas pelo casal. Algumas foram encaminhadas para a Bahia, habitat natural da espécie. Lindsay e Francês chegaram ao CECFAU vítimas do comércio ilegal, o que os deixou inaptos para retornar à natureza.
A reprodução da perereca-pintada-do-rio-pomba também é um caso de sucesso do centro. A bióloga afirma que a espécie não era encontrada em mais nenhuma instituição. “A gente precisava ter uma reserva porque ela ocorre em uma área privada e que não é protegida, se acontece alguma coisa, a espécie é extinta”, afirmou a assessora técnica.