Diadema marca 17 de maio com roda de conversa em escola

In ABCD, Educação On
Fotos: Comunicação/PMD

A convite da instituição, Coordenadoria de Diversidades abordou temas como o respeito ao nome social e o uso de banheiros por estudantes trans

A Coordenadoria de Cidadania e Diversidades (CPOCD) esteve, na noite desta terça-feira (16.05), na Escola Estadual Mércia Artimos Maron, no Taboão.

O objetivo foi o de promover, em primeiro lugar, uma roda de conversa sobre o combate à LGBTfobia.

A atividade partiu de um pedido da própria instituição, que gostaria de trabalhar a questão do respeito às diferentes sexualidades com as turmas do EJA.

No total, cerca de 140 estudantes, de 18 a 70 anos, participaram do bate-papo mediado pelo coordenador Robson Carvalho.

A vice-diretora do período noturno do colégio, Carina Alexandre, que também coordena a EJA, explicou que há 5 anos vem fazendo um trabalho de resgate da cidadania muito forte com a comunidade e que é importante que saibam que existem políticas públicas nesse sentido.

Diálogo

A escola já teve que lidar com estudantes trans – para os quais uma simples ida ao banheiro era motivo de burburinho – e só o diálogo resolveu a situação.

“Pensamos nessa palestra como uma forma de contribuir para a convivência pacífica entre os alunos e essa discussão sobre identidades e gênero é muito importante nos dias de hoje. A conversa de hoje vai ser o início de todo um trabalho que faremos a seguir sobre os mesmos temas, com foco no acolhimento e na conscientização,” afirmou ela, em resumo.

A conversa durou cerca de uma hora e meia.

Começou questionando o papel de alunos e educadores no enfrentamento às violências.

E foi bem focada na questão de que todo LGBT também é uma pessoa, como todos ali, e que deve ter seus direitos ser respeitados.

A partir de uma atividade com bexigas, enchidas com todos os sonhos dos alunos e depois jogadas pra cima, sem que deixassem cair no chão, eles aprenderam que não basta proteger seu próprio sonho, mas também proteger os dos outros – e confiar que outras pessoas protejam o seu.

“Esse é o nosso papel enquanto sociedade,” explicou, acima de tudo, o coordenador Robson.

Coincidência

Coincidentemente, essa foi a mesma escola na qual Robson estudou no ensino médio.

“Pra mim é uma felicidade poder estar de volta a este prédio trazendo o combate à homofobia na mochila,” afirmou.

“Aqui temos jovens, LGBT ou não, mas também pais, mães, avós. Ainda que não aceitem, é preciso respeitar. Uma rejeição a um aluno gay, uma aluna lésbica ou uma aluna travesti, pode fazer com que abandonem a escola e isso se reflete em piores condições de trabalho e de vida mesmo. Pode até levar à depressão e à morte. Então é de algo muito sério que estamos falando aqui”, disse, em suma.
Ao final da conversa, Robson foi procurado por alunos LGBT em busca de orientação e por alunos e alunas que queriam apenas agradecer pelas palavras.

Maria Helena dos Santos, 68, foi uma dessas alunas que gostou de ter participado.

“Acho muito importante que se fale disso, principalmente para os jovens. Já conheci muitos homossexuais e vi casos de violência e até morte, por preconceito. A escola e a Prefeitura estão de parabéns”, disse, em conclusão.

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