Conhecido como “A Voz do Rádio”, ele abrilhantava as jornadas esportivas trazendo todos os placares de campeonatos.
Paulo Edson nos deixa aos 77 anos,após sofrer um infarto.
Ajuda
Nunca tivemos contato pessoal, mas certamente falamos muito ao telefone, e ele me ajudou demais no início da carreira.
Repórter estagiário do Popular da Tarde, o jornal de esportes do Diário Popular que rivalizava com A Gazeta Esportiva, eu tinha a tarefa de escrever o placar geral.
Era um drama naquele ano de 1978. Não existia celular, nem internet, nada dessas facilidades.
Tínhamos de ligar para os locais, e depois disso contar com a ajuda de colegas, ou… ouvir a Rádio Bandeirantes, onde Paulo Edson contava tudo. Gol a gol.
Acontece que, às vezes, demoravam a colocá-lo no ar. Uma confusão ao final da partida, uma entrevista interessante que se estendia…
E o estagiário aflito, orelha grudada no rádio, à espera do Plantão. Mas tinha hora pra fechar, descer as laudas com a reportagem.
Certa tarde, demorou mais que o normal, Não tive dúvida: liguei para a redação da Bandeirantes para pedir ajuda. Ele mesmo atendeu, Paulo Edson, com aquele voz inconfundível.
Contei meu drama, e ele gentilmente me antecipou o que narraria depois no ar, ao vivo.
Era uma lista enorme de jogos, mas a bondade dele era maior ainda.
Na outra semana, recebi por um amigo em comum (não lembro se era o João Bicev, que travalhara na Faculdade onde me formei) a cópia da lauda que Paulo Edson usava na Bandeirantes.
Nela, todos os jogos datilografados. Era só acompanhar o plantão e anotar os resultados.
Marco
Passou a ser uma rotina, que facilitou e marcou minha vida.
A cada rodada eu recebia as laudas para acompanhar o trabalho desse companheiro competentíssimo e maravilhoso.
Descansa em paz, Paulo Edson, ao lado do nosso saudoso Zé Paulo de Andrade, de Fiori Gigliotti e de muitos outros astros do Scratch do Rádio.