Diadema construída pelo trabalho de Osvaldo Misso

In ABCD, Canto do Joca On
Misso com o presidente Lula. Fotos: Divulgação

Algumas personagens têm sua história tão vinculada a uma cidade que é impossível falar de um sem mencionar do outro.

Esse exemplo se encaixa perfeitamente, portanto, na relação entre Diadema e o engenheiro Osvaldo Misso.

Paulistano nascido em 1953 e formado em Engenharia no Instituto Mauá de Tecnologia, Osvaldo Misso chegou a Diadema no fim dos anos 1980 para o Departamento de Obras.

A convite do então diretor do setor, José de Filippi Júnior, Osvaldo Misso era chefe da Divisão do Departamento Pavimentação e Drenagem.

Foi um período no qual Diadema era, acima de tudo, um canteiro de obras. Literalmente.

Diadema deixava de ser uma cidade interiorana para se tornar o lar de milhares de trabalhadores que tentavam a sorte nas indústrias automotivas do ABCD.

O volume de novos moradores era, por exemplo, muito maior do que a capacidade de obras para acolher essas pessoas.

Cabia ao Departamento de Obras, no qual Osvaldo Misso estava inserido, planejar, portanto, a cidade.

Plena transformação

Com Osvaldo Misso, Diadema, acima de tudo, ganhou Unidades Básicas de Saúde, escolas, ruas pavimentadas, núcleos habitacionais, centros culturais, ginásios esportivos.

Certa vez, Misso deu entrevista a um jornal dizendo que Diadema tinha, por exemplo, uma obra a cada 500 metros.

Não era uma simples retórica política. O município estava em plena transformação.

José de Filippi Júnior foi eleito prefeito em 1992 e Misso, convidado a ser secretário de Obras. O ritmo imponente de intervenções em Diadema permaneceu. Novas escolas e UBSs, parques, urbanização, tudo passava por orientação de Osvaldo Misso. A intensidade do trabalho jamais tirou a doçura de Misso no tratar com a coisa pública e com os funcionários públicos.

A habilidade em gerir pessoas e entender o funcionamento da máquina pública fizeram de Osvaldo Misso uma figura indispensável na Prefeitura de Diadema. Não demorou para o engenheiro de formação acumular funções mais políticas e de gestão dentro da administração. Foi chefe de Gabinete, secretário de Governo e secretário de Saúde, com a mesma competência que empregou na Secretaria de Obras.

Capital

A relação de Misso e Diadema teve, porém, um breve hiato entre 2001 e 2005.

Quando ele foi nomeado pela então prefeita Marta Suplicy para, em suma, comandar a Secretaria de Serviços e Obras em São Paulo.

Mas, em 2005, a relação foi restabelecida.

Como secretário de Saúde, Osvaldo Misso voltou para liderar aquele que é o mais audacioso projeto na área da saúde da história de Diadema: o Quarteirão da Saúde, inaugurado em 2008, com a presença do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Osvaldo Misso seguiu contribuindo com a construção de uma Diadema democrática, inclusiva, participativa e acolhedora. Foi chefe de Gabinete no mandato do prefeito Mário Reali, seu colega nos anos 80 daquele Departamento de Obras que revolucionou a cidade. A amizade e a confiança ali construídas se solidificaram ao longo dos anos.

Em 2013, Misso voltou à Prefeitura de São Paulo. Primeiramente como chefe de gabinete da Secretaria Municipal de Saúde e, depois, como secretário adjunto de Infraestrutura Urbana e Obras do mandato do prefeito Fernando Haddad. Por lá ficou até 2016.

Quis o destino que as histórias de Osvaldo Misso e Diadema se cruzassem novamente em 2020. No quarto mandato de Filippi, Osvaldo Misso foi designado para chefiar o DLU (Departamento de Limpeza Urbana). Em 2022, foi nomeado secretário de Transportes e Mobilidade Urbana.

Alicerce familiar

Toda essa trajetória de ser um dos pilares da construção de Diadema só foi possível, portanto, pelo alicerce familiar construído com Márcia Pelegrini, como Osvaldo Misso sempre fez questão de ressaltar.

Com Márcia, Osvaldo teve dois filhos, Márcio e Lilian, um enteado, Henrique, e duas netas, Alice e Isabela.

No coração de Osvaldo Misso, a família e Diadema tinham, acima de tudo, espaços cativos, juntamente com o Palmeiras.

Nos últimos anos, Osvaldo Misso lutou incansavelmente contra um câncer na região da laringe.

Com apoio da família e dos amigos, enfrentou, acima de tudo, sessões de quimioterapia e radioterapia, tudo em meio à pandemia de Covid-19 e sem jamais perder a fé.

A cada mensagem recebida, ele devolvia, semelhantemente, com palavras de otimismo em sua recuperação.

Seguiu trabalhando, da mesma forma, na construção de uma Diadema melhor à frente da Secretaria de Transportes e Mobilidade Urbana.

Osvaldo Misso ganhou, em 2006, o título de cidadão diademense. Mas Diadema sempre considerou Osvaldo Misso seu cidadão.

Misso nos deixou no último sábado, aos 70 anos, completados, em conclusão, em 16 de janeiro.

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