Onde iremos?

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Dom Pedro Carlos Cipollini, Bispo da Diocese de Santo André - Crédito: Divulgação

Por: Dom Pedro Carlos Cipollini — Bispo de Santo André

Em nossa vida temos necessidade de fazer escolhas. Jesus teve que escolher o caminho da fidelidade ao Pai quando tentado no deserto. Os discípulos de Jesus também tiveram que fazer a escolha: seguir o mestre ou abandoná-lo. É disso que trata o relato do Evangelho de João 6, 60-71, que nos coloca algumas questões: Você realmente escolheu Jesus em sua vida? Essa escolha é assumida? Você a vive?
Este relato evangélico mostra-nos Jesus, no auge de sua missão. É famoso e todos esperam que ele seja um Messias glorioso, guerreiro, vitorioso como os conquistadores deste mundo, que se impõem pela força e astúcia. Jesus, porém, mostra que não é este o caminho. Isto vai gerar uma crise.
Jesus diz que as glórias e conquistas terrenas (carne) de nada servem, sem o espírito (vida na fé). Precisamos de um impulso que venha de fora de nós, é a fé, dom de Deus que devemos acolher. A exigência da fé é radical, torna o seguimento de Jesus radical.
Jesus afirma sua condição divina: veio do Pai e para Ele voltará, por isso, tem poder de ressuscitar os mortos, diz ser alimento, “pão para a vida do mundo. Jesus quer dizer que ele não é um Messias materialista, mas é o Filho de Deus e tem poder de dar a vida eterna. Quem quiser esta vida, deve se alimentar dele, de suas palavras, ou seja , viver dele que é a vida, segui-lo por que é o caminho e aceitar sua doutrina porque é a verdade.
A encarnação de Jesus e a Eucaristia são a pedra de toque de nossa fé cristã, e a adesão a Ele, nos obrigam a nos posicionar. Ou nós aceitamos ou nos afastamos dele. Muitos o abandonam! Jesus decepcionou muita gente que acreditava em Deus só para levar vantagem, pensando somente em si. Achavam que podiam amar a Deus sem amar o próximo.
Jesus não prometeu glória mundana, nem prosperidade material para ninguém (teologia da prosperidade). Ele prometeu sim, vida plena para todos, vida que não tem fim e ensinou a conseguir isso: amando o próximo, entregando a vida no serviço, sendo “pão” para os irmãos. A realeza de Jesus consiste em amar e servir. Jesus ensina que vida é para ser partilhada e não egoisticamente.
Judas é o tipo da pessoa que no seu egoísmo não entendeu que a vida é para ser vivida no amor. Ele escolhe entregar as pessoas à morte e por fim entregar-se à morte por orgulho. Ou escolhemos seguir Jesus e assim chegamos ao Pai que é vida eterna, ou abandonamos Jesus e abraçamos os projetos que levam à morte.

Muitos abandonam Jesus e ele pergunta aos doze apóstolos: “Vocês também querem ir embora?” Pedro diz então: “Aonde iremos? Só tu tendes palavras de vida eterna” (Jo 6,68). Os que permanecem reconhecem que seus ensinamentos conduzem à vida.

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