Joaquim Alessi
Muito mais tranquilo do que se poderia esperar, o ainda prefeito Clovis Volpi (PL) encarou com naturalidade a decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de cassar sua diplomação, conquistada em 2020, e com isso destituí-lo do posto de prefeito da Prefeitura de Ribeirão Pires.
Ao lado do filho e presidente da Câmara Municipal, Guto Volpi (PL), que deverá assumir a Chefia do Executivo assim que a Prefeitura for oficialmente notificada da decisão judicial, Clovis demonstrou serenidade e um respeito pela cidade raramente visto entre os políticos.
“Não vou recorrer porque isso pode se arrastar por muito tempo e prejudicar demais todo o trabalho que estamos promovendo na cidade”, revelou, em primeiro lugar.
O ainda prefeito acredita que o TSE convoque nova eleição para escolha de seu sucessor ainda neste ano, entre novembro e dezembro.
Guto é pré-candidato
Questionado sobre a possibilidade de o próprio Guto Volpi disputar a Prefeitura, o pai jogou a bola para o filho. “Isso, ele responde”, disse, em resumo.
Guto reconheceu que tem a intenção de concorrer ao cargo até agora ocupado pelo pai, mas foi lembrado por Clovis de que há muitos nomes bons no grupo.
“Com certeza, nosso candidato será do 22 (número do PL), mas a decisão será do grupo”, disse, da mesma forma, Clovis Volpi.
Racha com o vice
Mas, nem bem foi concretizada a saída do comando do Paço e já aconteceu um rompimento político com o vice-prefeito, Amigão D’Orto (PSB).
Amigão, que nos bastidores já era definido como “nem tão amigo”, irritou-se com a fala sobre o 22.
Nem participou da reunião de secretariado por volta de 7h30, em solidaridade a Volpi, e vai deixar a Pasta de Turismo.
Ficou do lado de fora e disse a alguns jornalistas que pretende concorrer ao Paço, o que se daria em oposição do grupo de Clovis.
Caso a eleição para prefeito não aconteça ainda neste ano, outra importante disputa dar-se-á antes do fim de dezembro.
A escolha do novo presidente da Câmara, que na prática seria uma espécie de eleição indireta do prefeito, já que o vencedor ficaria com o Paço.
E é exatamente por isso que Clovis Volpi descarta recorrer. Para evitar mais disputas e maiores prejuízos à Estância.
“Vou me aposentar das disputas eleitorais dois anos antes do programado, pois o faria em 2024, mas não concorro mais”, disse.
Mas, isso não significa abandonar a política: “Jamais, continuo indo às ruas, fazendo campanha, pedindo votos para os mais novos”, disse.
Antes de encerrar a entrevista, ele comentou: “Ainda bem que quem me tirou do cargo não foi o povo, mas uma decisão judicial!”