Santo André abre Mês da Luta Antimanicomial

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Fotos: Angelo Baima e Helber Aggio/PMSA

Nesta segunda-feira (16.05) a Secretaria de Saúde de Santo André, por meio da Coordenação de Saúde Mental, realizou evento de abertura em alusão ao Dia Nacional da Luta Antimanicomial, comemorado em 18 de maio.

Com o tema “Resistir para Existir”, a iniciativa reuniu, em primeiro lugar, cerca de 300 pessoas.

Além disso, contou com atrações musicais promovidas pelos profissionais que atuam nos serviços de saúde mental.

“Nos dois anos que vivemos em pandemia a saúde ficou monotemática, não poderia ser diferente. Essas lutas que a gente têm, como a luta antimanicomial, que deveria ser muito mais comum nas cidades como política pública, é uma atitude corajosa. Essa resistência é importante no conceito de preservar um direito desses usuários, a luta é contra um preconceito. Quando a pessoa era isolada, era por um preconceito em relação à sua deficiência, o que obrigava essa pessoa a ter um único tipo de tratamento que não a reinseria na sociedade de nenhuma forma. Diante da pandemia podemos ver que a saúde mental de todos nós foi afetada”, diz, em resumo, o prefeito Paulo Serra.

Resistência

Usuário do CAPS III Iana Profeta Ribeiro e membro do Conselho Municipal de Saúde, Mário Alexandre Moro, de 57 anos, tem uma longa trajetória de luta e falou sobre a importância de fazer parte dessa resistência.

“Acompanhei todo esse processo da construção da rede de atenção psicossocial e estou há 22 anos no CAPS III. Eu já passei por internação psiquiátrica e sofri na pele esse preconceito, descriminação e tortura em manicômio por quatro meses. Esse período fez eu sentir na pele o que é sofrer maus tratos e isolamento social. A partir do momento em que eu saí dessa internação tivemos a inauguração dos Caps no município e meus familiares me levaram para passar por acompanhamento. Minha vida mudou com isso, pois tive inclusão e tratamento humanizado. Comecei a me interessar, participar de eventos, avançar nos processos de políticas públicas e hoje milito em defesa do direito dos usuários”, explica, por exemplo, Mário Alexandre Moro.

“Para nós há muito desse encanto, de paixão de luta, mas tem mais do que isso, a resistência da própria sociedade que foi encontrando seus caminhos. Aqui não precisamos comemorar, temos que resistir para continuar existindo e é isso que fazemos”, comenta, da mesma forma, o secretário de Saúde, José Police Neto.

Mental Fashion Day

Nesta terça-feira (17.05), das 9h às 17h, o Parque Antonio Pezzolo (Chácara Pignatari) serve de palco para uma série de atividades.

Entre elas, às 9h30 tem futebol entre os profissionais de serviços de saúde mental.

Às 13h30 acontece show de talentos, com poesias, atrações musicais e apresentação de capoeira.

O grande destaque da programação é o tradicional desfile Mental Fashion Day, que acontece nesta terça.

Esta, que será a 15ª edição, será realizada na quadra de basquete do Parque Antonio Pezzolo, às 15h.

Contradição

“Quando falamos sobre a luta antimanicomial, estamos dizendo sobre a contradição desses espaços (manicômios) que tiram dessas pessoas a identidade e o lugar de existência no mundo. São usuários resistindo há anos contra o preconceito e descriminação, e as instituições e familiares e profissionais lutando para também receberem cuidado. Nós não demos conta de viver dois anos em isolamento, por conta da pandemia, imagina aqueles que passaram décadas apartados da vida. Esse movimento é por isso”, disse, por exemplo, a coordenadora de Saúde Mental, Marines Santos de Oliveira.

O Mental Fashion Day contará com a participação de 55 pessoas de todas as idades, desfilando com os trajes produzidos pelos usuários nas oficinas de artesanato.

Desfilarão usuários do Caps Vila Vitória, Caps Praça Chile, Caps AD, Caps Iana Profeta, Caps Infantojuvenil e moradores das residências terapêuticas.

Nas últimas edições, o Mental Fashion Day ocorreu na concha acústica da Praça do Carmo.

Mas nesse ano, devido às inúmeras atrações, o evento foi transferido para a Chácara Pignatari e se tornou uma grande atração cultural.

“Vamos fazer o evento no parque inteiro para que as pessoas que estejam frequentando o local também tenham a possibilidade de participar. A ideia do espaço aberto é justamente tornar todo mundo igual e integrado”, finalizou a coordenadora de Saúde Mental.

Rede de saúde mental

Santo André conta, portanto, com cinco Caps, sendo três adultos, um Álcool e Drogas e um Infantojuvenil, além do pronto-socorro de psiquiatria 24h.

Atualmente há, em conclusão, aproximadamente 6 mil usuários que são atendidos ativamente nos Caps.

Em 2021 foram realizadas cerca de 80 mil ações de saúde mental.

E esse número é crescente, considerando que em 2019, antes da pandemia, foram realizadas mais de 120 mil ações de cuidado.

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