“O mais recente caso de um outsider do mundo judiciário na política é do juiz Witzel, e sabemos o desfecho no Rio”.
A frase, de um expriente líder político do ABCD, proferida em off há poucos dias, permite, em primeiro lugar, a reflexão.
Deixo de citar o autor da pensata porque aconteceu em um bate-papo informal, momento de fofocas entre jornalistas, e não pedi autorização para creditar.
Sem revelar a fonte (prerrogativa do Jornalismo), destaco, portanto, tratar-se de um dos mais influentes líderes regionais.
Com um quarto de século na trajetória política, o líder sabe do que fala.
O chamado “outsiderism” não é novidade na política.
Convivemos com o mesmo depois dos tempos de Cacareco, rinoceronte fêmea do Zoo de São Paulo que em 1959 teve perto de 100 mil votos para a vereança.
Mesmo sem assumir (não entendo o motivo…), deixou como sucessores os “outsiders” da música (Agnaldo Timóteo, Sérgio Reis, Moacir Franco, Tiririca…).
E continuou a causar espécie, com os outsiders da bola (a do futebol, mesmo, não essa que muitos políticos conhecem fora das quatro linhas).
Vieram, portanto, Romário, Dinamite e outras bombas, sem contar arremessos errados de Oscar, que nesse caso marcaram pontos para o País.
Recentemente, vemos os outsiders do Juriciário em busca do Poder sabe-se lá com quais intenções.
Mais juízo?
Eles falam em “dar mais juízo ao povo”, mas teme-se que busquem apenas a tal da imunidade por tudo o que já fizeram.
O que procura, por exemplo, um procurador, ao abrir mão de uma carreira segura até o fim dos dias para arriscar um mandato? O temor de um mandado?
Aí surge a comparação com Wilson Witzel, eleito governador do Rio com a promessa de combate à corrupção, e condenado e cassado por… corrupção!
Pior ainda, corrupção na Saúde.
Agora, desponta o mais novo outsider, literalmente correndo por fora: o ex-juiz, ex-ministro de Bolsonaro e lavajatista Sérgio Moro. “Morô”?
Com foco em ocupar a principal cadeira do Planalto Central do País, na chamada banda dos “não-políticos” mais políticos que se viu.
E para isso faz campanha tirando fotos com chapéu de couro no Nordeste, ou jantando no Fasano ao lado de milionários, sem nenhum juízo… de valor.
Vale, em conclusão, a reflexão: o Brasil precisa de mais juízo e menos juízes.