A descomunicação oficial em tempos de crise

In Canto do Joca On
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Vivemos tempos difíceis, ninguém duvida (ou quase ninguém… uns poucos ainda fazem troça do momento).

Mais do que nunca, a Comunicação é essencial para enfrentarmos e superarmos tudo isso.

Mas, a Comunicação profissional, responsável, objetiva, séria.

Há tempos, políticos decidiram achar-se “comunicadores”.

Não só os políticos, a sociedade em geral, mas eles são os principais.

Com as redes sociais, isso virou uma praga.

Até compartilho, abro salas de vídeo, procuro disseminar a informação direta – direto da fonte – a fim de ter o menor ruído possível (ruído é falha na comunicação).

Não interpreto, só trasmito. E fico a observar.

A grande maioria do políticos (presidente, governadores, prefeitos), para não dizer a totalidade, prescinde da formação básica do Jornalismo (muitos jornalistas também desconhecem os códigos da profissão, a bem da verdade, mas esse é outro tema).

Esses políticos fazem “lives”, ou seja, falam “ao vivo” (esses termos em inglês são horrorosos), dia e noite, sem noção das regras básicas do “lead”, ou seja, sem responder às questões básicas: o quê?, onde?, como?, quando?, por quê?. E desinformam.  

Ninguém os dirige, orienta… Vira uma desinformação ilimitada.

É ruim ver governador “comandando” coletiva de imprensa.

É péssimo ver prefeito atuado como “âncora” de televisão.

Ele pergunta, ele responde, ele fala só pra ele. Sem contraponto. Sem questionamentos.

A interação é falsa. Fictícia, mesmo com milhares de visualizações do outro lado, onde muitos ficam bajulando ou espinafrando.

Muita gente não presta a mínima atenção na fala, e aperta teclinhas por apertar, para elogiar ou criticar, dependendo do lado em que esteja o celular.

Definitivamente, isso não é Comunicação. É “trumbicação”.

“Quem não se comunica, se trumbica (se dá mal, para usar uma explicação mais amena)”, ensinou o sábio Chacrinha.

Não se trata de condenação, mas constatação, alerta.

Nossos “gestores” estão tão desesperados quanto nós, pobres mortais.

Anunciam medidas e, questionadas suas assessorias, as “decisões” ainda serão “decididas” nos pormenores.

Fazem “comunicação” de forma açodada, sem ter algo acabado.

Não é por mal. É o desejo de pelo menos levar tranquilidade à sociedade, mas a informação sem fundamento também é um vírus, letal, gera medo, apreensão, pânico.

Hoje, precisamos, mais do que nunca, de menos quantidade e mais qualidade na Comunicação.

Desculpem, mas eu precisava comunicar isso.

(A charge é de Fausto Bergoce, o grande Faustinho, numa brincadeira com o velho diagramador Sombra, do velho e bom Diário Popular. Tem uns 25 anos esse desenho, que eu guardo com carinho)

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