O ilustre andreense Miguel Garofalo completaria 100 anos em 12 de outubro deste 2021, mas infelizmente nos deixou nesta terça-feira (08.06).
Lembro bem dele nos desfiles no aniversário de Santo André. A cada desfile, pelo menos nos últimos 40 anos que cobri, desde 1981, estava, portanto, ele lá.
Parentes mais próximos, como a sobrinha e minha grande amiga Telma Tonelo (presidente dó Fã Clube de Sá & Guarabyra), chamavam-no carinhosamente de Zio Michello.
Em 6 de fevereiro deste ano ele foi vacinado contra a Covid-19. Um neto agendou a vacinação pela internet.
A filha Marisa comentou em entrevista ao portal G1, à época: “De dentro do carro ele brincou com enfermeiros e profissionais de saúde da cidade e se disse alegre por tomar a vacina. É uma bênção pra toda a família. Agora vamos esperar a segunda dose pra que ele tenha segurança de voltar a receber aos poucos a família, até que todo mundo, inclusive eu, que tenho 67 anos, possamos tomar a vacina também”.
Um dos pracinhas brasileiros que lutaram na Itália ao lado dos aliados — EUA, França e Inglaterra —, Garofalo, ficou desde o início da pandemia em casa, sem contato com a família, pelo perigo da doença.
Ferido na batalha
Miguel participou da famosa Batalha de Monte Castello, no Norte da Itália.
Essa ação impediu, portanto, o avanço do exército alemão de Adolf Hitler para o resto da Europa, em 1944.
Além de ter sido uma dos últimos conflitos da 2ª Guerra em solo italiano, a Batalha de Monte Castello também é famosa pela participação da Força Expedicionária Brasileira.
A FEB teve, por exemplo, cerca de 417 baixas no conflito, entre mortos, feridos e desaparecidos.
E Garofalo, acima de tudo, foi um desses soldados feridos pelos soldados inimigos, atingido por estilhaços de granadas nas costas e no braço.
Para voltar ao Brasil, Miguel Garofalo passou por longa recuperação em hospital de campanha italiano.
Isso mesmo depois do fim do conflito mundial, que terminou em 7 de maio de 1945.
Ele ainda ficou internado vários meses em um hospital militar do Rio.
E, em conclusão, adorava contar recebeu a visita pessoal do então presidente da República, Getúlio Vargas.