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In ABCD, Artigo On
Antonio Carlos Jobim, a história de Dindi

P. Penedo

Conjecturas

A única maneira conhecida de evitar a morte ainda é não nascer.

Ladrão que rouba ladrão pode amanhecer roubado.

Não se sabe por quanto tempo Deus descansou depois do trabalho extenuante da Criação. Mas o certo é que se houvesse se recuperado direito do cansaço mental antes de prosseguir a obra, pensaria duas vezes antes de nos colocar aqui.

A bandeira do Japão é prova absoluta de que um povo viciado no trabalho pode executar tarefas brilhantes nos momentos de preguiça.

Toda vez que estiver cansado, descanse. Toda vez que estiver com raiva, contenha-se. Toda vez que estiver bêbado deixe a namorada levar o Porsche.

Não adianta ter saúde de ferro se você não sai da chuva.

Chegou em casa e encontrou a mulher com outro. Nunca desejou mal a ninguém, mas naquele dia teve pena do intruso.

Não existe aperto de mão se você não largar a pedra.

Pereio em um ato

O ator Paulo César Pereio, que nos deixou essa semana, flagrado numa revista policial foi detido e conduzido a uma delegacia. No meio do caminho, noite chuvosa, parados num sinal de trânsito, apenas o som do limpador de para-brisas quebrando o silêncio no interior da cabine, a voz majestosa de Pereio preencheu o átrio da viatura: — Podemos ter uma conversa? A equipe, diante da magnitude vocal do implorante, concordou em ter a conversa e estacionou para escutar. Em cinco minutos Pereio estava solto.

Das águas

 Água mole em pedra dura quando bate espirra.

(Scuderie Não Há o que Temer — Praia do Leme, Rio)

 O Tom de Dindi

“Por você, Dindi, que é a coisa mais linda que existe…” Todo mundo pensa que a Dindi que inspirou a parceria de Tom Jobim e Aloísio de Oliveira era uma mulher. Mas Dindi vem de Dirindi, nome de um morro no caminho para o sítio de Tom, em Poço Fundo, região de Petrópolis, no Rio. Para chegar lá Tom atravessava o chamado sertão do Dirindi, que abreviava para Dindi, onde descortinava uma paisagem deslumbrante que o apaixonava. “Ele via o rio passar, roncando nas pedras… ‘Dindi’ não era uma mulher, mas sim toda aquela vasta natureza e seus segredos”, conta Helena Jobim, irmã de Tom, na biografia que escreveu sobre o irmão.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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