Evento presencial reuniu, por exemplo, cerca de 100 pessoas, entre autoridades, representantes das indústrias, entidades de classe e imprensa
Joaquim Alessi
“Há 60 anos a Abiquim vem trabalhando continuamente para auxiliar na construção de um Brasil melhor, mais saudável, seguro, moderno e próspero, por meio de uma indústria química forte, capaz de prover soluções para as mais diversas necessidades. Nosso trabalho enquanto representantes desse importante setor, não apenas para a economia, mas para a sociedade como um todo, tem por objetivo promover avanços, fortalecer a indústria e contribuir ativamente para o bem-estar de todos, baseados em ciência, inovação e tecnologia.”
Esse é, em primeiro lugar, um trecho importante do discurso de André Passos Cordeiro, presidente-executivo da Abiquim, na Sessão Solene da Assembleia Legislativa de São Paulo, promovido pelo deputado estadual Luiz Fernando Teixeira (PT-SP), na sexta-feira (09.8), para celebrar o sexagésimo aniversário da Associação.
Passos ressaltou, da mesma forma, ainda, o quanto é importante celebrar o fato de a indústria química brasileira ser a mais sustentável de todo o mundo.
Destacou, acima de tudo, que todos os esforços do setor em saúde, segurança e meio ambiente resultam diariamente em operações cada vez mais eficazes, mais limpas e diretamente conectadas com as demandas de ESG e cada vez mais voltadas às necessidades de um mundo em constante mudança.
Um dos momentos mais difíceis
O dirigente da Abiquim lembrou o quanto esse trabalho tem sido desafiador.
“Estamos vivendo um dos momentos mais difíceis da história do setor, que sofre com os impactos geopolíticos e o surto predatório de importações de químicos, fazendo, consequentemente, que fábricas operem com índices perigosíssimos de ociosidade, além do alto custo das operações”, disse, em resumo.
Por outro lado, Passos, fez questão de destacar a capacidade da Abiquim e da indústria química nacional de se reinventar, enfatizando, sobretudo, a importância da união.
“Somente com um trabalho conjunto – setor, entidades públicas e sociedade – é possível vencer as adversidades de toda a cadeia e aproveitar os recursos naturais do nosso País para resgatar o poder de crescimento do setor e do Brasil. Reforço que a nossa resiliência aos desafios e a nossa busca para a construção de um mundo melhor é o motor que move – e continuará movendo – a Abiquim num único destino: fortalecer a indústria química brasileira!”, afirmou, em suma.
Química verde
“É uma honra receber essa homenagem na Alesp. A Abiquim está há 60 anos nessa jornada, tendo o Estado de São Paulo como o maior polo industrial do país”, relatou, da mesma forma, Daniela Manique, presidente da Rhodia Solvay e presidente do Conselho Executivo da Abiquim.
Mais de 60% da indústria química do País está no Estado de São Paulo. Uma referência, continuou a CEO, que vem construindo muitos pontos de pioneirismo.
“A alcoolquímica começou no Brasil e no mundo, vindo de campos do Estado de São Paulo, prioritariamente, e que agora pode crescer enormemente com o uso de etanol, de biomassa”, assinalou.
Segundo Manique, as empresas do segmento químico treinam os funcionários, ensinam tecnologia, idiomas e como operar em painéis de controle avançados.
Ela afirmou que uma indústria química não é somente uma base importante, como ela também traz a possibilidade de trazer um trabalho assalariado de alta renda que contribui ainda mais para o crescimento do país.
“É isso que o país precisa ver. Espero que a gente consiga nessa neoindustrialização demonstrar isso para o governo. Investir no setor químico é investir no crescimento sustentável do país rumo a maior indústria química verde do mundo. O Brasil tem todo o potencial para ser disruptivo nessa direção, tornando-se, inclusive, um expoente da economia mundial”, destacou.
Defesa e reconhecimento da indústria química
O Anfitrião, Luiz Fernando Teixeira, também presidente da Frente Parlamentar em Apoio à Indústria Química e Farmacêutica do Estado de São Paulo, salientou o momento de festa e endossou a importância da indústria química para o desenvolvimento do País.
Porém, não deixou de registrar a situação crítica que o setor vem enfrentando, solidarizando-se com as empresas que tiveram suas operações paralisadas e sobretudo, com as perdas de postos de trabalho.
“Precisamos cobrar comprometimento e responsabilidade das autoridades públicas, defender essa indústria que traz riquezas e gera empregos de qualidade. Precisamos coibir essas importações predatórias”, finalizou o deputado, colocando-se totalmente à disposição da Abiquim para um diálogo com o vice-presidente Geraldo Alckmin, e o presidente Lula.
“Pensando em reindustrializar ou neoindustrializar nosso País, se faz necessário cuidar, estimular e ampliar essa indústria de ponta; fundamental para outros ramos industriais e essencial para o crescimento nacional. E tudo isso, só será possível com o apoio e o intenso trabalho da Abiquim, que nos últimos 60 anos se dedicou a esse setor tão fundamental para o Brasil. Não se pode pensar em um país desenvolvido sem uma indústria química forte. Parabéns, Abiquim. Vida longa à Abiquim. Vida longa ao nosso País”, disse.
Números leva ao reconhecimento
Para o deputado estadual Rômulo Fernandes (PT-SP), outro membro da Frente Parlamentar da Química, fica evidente reconhecer a importância da indústria química ao olhar os seus números – responsável pelo 3º PIB industrial do País, além de gerar 2 milhões de empregos diretos e indiretos.
Ele ressaltou que o Brasil está vivendo um momento bastante importante com o avanço de novos mercados – avanço da tecnologia, das novas fontes de energia, inclusive, avanço à ciência e incentivo à educação nesse país com universidades, Etec(s) e Fatec (s), como exemplificou.
“Acho que é um momento virtuoso, mas ao mesmo tempo, temos que colocar todos os atores juntos nesta evolução e nessa construção. E a indústria química tem esse papel fundamental na história desse país e desse mercado – um dos que remunera melhor e que exige maior qualificação. Por isso, estamos todos juntos aqui para prestigiar esse evento. Trata-se do reconhecimento da importância da Abiquim nesse tempo”, afirmou.
Participaram ainda da sessão solene, Milton Rego, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Cloro Álcalis e Derivados e Diretor e diretor do Instituto Nacional do Desenvolvimento da Química; Hebert Passos Filho, representante do Sindicato dos Químicos de São Paulo e da Força Sindical; Airton Cano, representante da Central Única dos Trabalhadores; Helio Rodrigues, presidente do Sindicato dos Químicos de São Paulo; e Aroaldo Oliveira, presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC.
Abiquim
Completando 60 anos em 2024, a Associação Brasileira da Indústria Química (www.abiquim.org.br) é uma entidade sem fins lucrativos que congrega indústrias químicas de grande, médio e pequeno portes, bem como prestadores de serviços ao setor químico nas áreas de logística, transporte, gerenciamento de resíduos e atendimento a emergências.
A Associação realiza o acompanhamento estatístico do setor, promove estudos específicos sobre as atividades e produtos da indústria química, acompanha e contribui ativamente para as mudanças na legislação em prol da competitividade e desenvolvimento do setor e assessora as empresas associadas em assuntos econômicos, técnicos e de comércio exterior.
Ao longo dessas seis décadas de existência representando o setor químico, a Abiquim segue com voz ativa, dialogando com seus stakeholders e buscando soluções para que a indústria química brasileira faça o que vem fazendo de melhor: ser a indústria das indústrias.
Sobre a Indústria Química
Provedora de matérias-primas e soluções para diversos setores econômicos – agricultura, transporte, automobilístico, construção civil, saúde, higiene e até aeroespacial – a indústria química instalada no Brasil é a mais sustentável do mundo.
Para cada tonelada de químicos produzida, ela emite de 5% a 51% menos CO2 em comparação a concorrentes internacionais.
Além disso, possui uma matriz elétrica composta por 82,9% de fontes renováveis – no mundo, essa média é de 28,6%.
Tal marca só foi possível, além disso, graças a uma série de pesquisas, inovações e melhorias introduzidas pela química ao longo dos anos, paulatinamente.
Entre elas, em conclusão, a eletrificação de equipamentos e produção in loco de energia renovável, bem como a migração de fontes fósseis para insumos alternativos, como o etanol.