Especialista explica como as tarifas sobre o aço e outros insumos afetam o ecossistema de inovação
Com a recente aplicação de tarifas alfandegárias pelos Estados Unidos, anunciadas pelo presidente Donald Trump no início de abril de 2025, startups de tecnologia em todo o mundo estão a sentir os efeitos em cadeia das novas medidas protecionistas. As tarifas incluem uma taxa de 34% sobre produtos chineses, 20% sobre a União Europeia e 10% sobre outros países, incluindo o Brasil. Além disso, foi imposta uma tarifa de 25% sobre automóveis e produtos de aço importados.
Guilherme Camargo, CEO da Venture Builder SX Group e especialista em inovação e estratégia para startups, alerta que os impactos vão muito além do setor industrial. “Mesmo startups digitais, que operam essencialmente com software, são afetadas indiretamente quando há um aumento no custo de infraestrutura, como servidores, data centers e equipamentos de telecomunicação”, explica.
Segundo Camargo, essas estruturas dependem de componentes fabricados com metais como o aço. Com o aumento do custo desses insumos, os preços dos equipamentos sobem, afetando toda a cadeia. “Quando as fornecedoras de hardware aumentam os preços, as empresas de cloud repassam os custos para os clientes. Startups, que costumam operar com orçamentos mais enxutos, sentem isso de imediato”, detalha.
Para mitigar os impactos, Camargo recomenda que startups reavaliem suas dependências tecnológicas e busquem fornecedores locais ou alternativos. “É um momento para as startups otimizarem suas operações, revisarem contratos com fornecedores de cloud e, quando possível, diversificarem a origem de seus recursos tecnológicos”, conclui.