Mostra inédita, que acontece na unidade de São Paulo, faz parte da programação em comemoração aos 40 anos da Galeria
Entre 24 de agosto e 05 de outubro, a Simões de Assis – que completa 40 anos em 2024 – apresentará, em primeiro lugar, em seu espaço na Capital paulista, uma individual inédita que celebra o centenário de Carlos Cruz-Diez (1923-2019), marcado neste último ano.
Considerado, acima de tudo, um dos principais precursores da arte contemporânea, principalmente da arte cinética, Cruz-Diez realizou sua pesquisa junto ao movimento cinético desde as décadas de 50 e 60.
Estudou, da mesma forma, a relação entre a cor, as formas geométricas e o observador no espaço – que criam ilusões de ótica e movimento em pinturas, fotografias, esculturas e instalações.
Com texto de Mariane Beline, a exposição reúne trabalhos do artista, focados na série Physiocromias, com destaque para a obra Laberinto de Transcromía (1965 – 2017), uma instalação em grande porte com estruturas coloridas e translúcidas presas ao teto, que formam novas cores e efeitos conforme o visitante caminha entre elas.
Venezuelano
Nascido em Caracas, na Venezuela, Cruz-Diez começou a se interessar pela cor ainda na infância.
Isso, ao admirar, por exemplo, o jogo de luz e cores das garrafas que seu pai produzia artesanalmente.
Iniciou seus estudos na Escuela de Bellas Artes de Caracas, na década de 1940, onde se formou professor.
Também atuou como ilustrador de publicações e diretor artístico de publicidade.
Mas, foi na década de 50 que Cruz-Diez começou suas experimentações com a cor, o movimento e a luz.
Em 1955, com 32 anos, viajou pela primeira vez para Paris e reencontrou Jesús Rafael Soto (1923 – 2005), além de ter visitado a mostra Le Mouvement – histórica exposição de um grupo de artistas que consagrou a expressão da arte cinética mundialmente.
Dali em diante, Carlos Cruz-Diez produziu incessantemente até seu falecimento, em 2019, na Cidade Luz.
Carlos Cruz-Diez foi um dos expoentes da arte cinética, mas seu trabalho foi além desse movimento.
Ele tinha como centro de sua pesquisa o comportamento da cor ao lado da percepção visual do espectador e da linha como elemento essencial de composição.
Em suas pinturas, o artista dizia que era a cor que estruturava o espaço – o que ele denominou posteriormente de cromoestruturas.
Passou a materializar suas investigações e classificá-las de acordo com o tipo de fenômeno, dando origem à oito séries, dentre elas Physiocromias, cujos desdobramentos poderão ser vistos na primeira individual do artista na Simões de Assis.
Sobre a Simões de Assis
Desde a sua abertura, em 1984, a Simões de Assis dirige o seu olhar para a arte moderna e contemporânea, especialmente para a produção latino-americana.
Ao longo de décadas de trabalho, a galeria especializou-se, por exemplo, na preservação e na difusão do espólio de importantes artistas.
Entre eles, nomes como Emanoel Araújo, Ione Saldanha, Carmelo Arden Quin, Cícero Dias e Miguel Bakin, contando com a parceria de famílias e fundações responsáveis.
A partir do contato estreito com pesquisadores e curadores, a Simões de Assis conseguiu, além disso, a articulação necessária para difundir e representar seus artistas no Brasil e no exterior.
Ampliando o alcance no mercado de arte do Brasil, atualmente, a Simões de Assis conta com três espaços.
Os mesmos estão em São Paulo (SP), Curitiba (PR) e Balneário Camboriú (SC), estimulando trocas e debates, além de fomentar o talento e a carreira de seus artistas.
Serviço
Individual de Carlos Cruz-Diez
Abertura: 24 de agosto de 2024
Período expositivo: 24 de agosto a 05 de outubro de 2024
Horário de Funcionamento: segunda a sexta, das 10h às 19h | sábados, das 10h às 15h
Local: Simões de Assis | Alameda Lorena, nº 2050 – Jardins – São Paulo/SP
Entrada gratuita
@simoesdeassis_