Projeto Territórios Sonoros do ABC apresenta um panorama de como as sete cidades contribuíram para uma cena musical pulsante e de grande importância no cenário nacional.
Na busca por um panorama sobre como os territórios das cidades do ABCD colaboraram para a formação do cenário musical brasileiro nas últimas décadas, o Sesc Santo André e São Caetano lançam o projeto “Territórios Sonoros do ABC”, uma série de documentários que vão ao ar mensalmente.
A estreia acontece em 22 de outubro, sexta-feira, às 19h, nos canais das unidades no Youtube.
Reconhecida como importante polo industrial, a região é também celeiro de intensa produção artística e cultural.
Na busca por mapear esses territórios, a proposta é reunir uma parcela desses personagens, lugares e histórias, destacando como, geograficamente, as cidades são atravessadas umas pelas outras e o cidadão do ABCD, como é conhecido, transita e se destaca culturalmente.
Territórios Sonoros do ABC
Os documentários foram produzidos a partir dos depoimentos de artistas do ABCD, que participaram ativamente da construção desses cenários musicais.
Os convidados resgatam suas memórias e relatam as histórias vividas em espaços da região que foram, e ainda são, lugares de convivência que possibilitam momentos históricos, encontros, experiências de criação, inovação e articulação.
O projeto conta com pesquisa e roteiro do músico e jornalista Vinícius Castelli e do produtor cultural Ruy Rascassi e direção de Bruno Badain.
Os episódios têm duração de aproximadamente 40 minutos e mostram, além de impressões, como a linguagem musical foi se destacando ao longo do tempo.
Episódio 1 – “Cidades de Atitude”
Retrata o movimento iniciado nos anos 80, com ritmos pesados, como rock, heavy metal e thrash, que gerou um cenário regional enriquecedor e que, posteriormente, se desdobrou em outros gêneros musicais e revelou um enorme sortimento de artistas e estilos.
O documentário aborda a relação desse movimento com a classe operária da região das sete cidades, onde se destacam indústrias de diversos setores, mas sobretudo do automobilístico.
A narrativa mostra como se deu o ‘boom’ dessas linguagens e como ela se tornou um promissor celeiro de bandas e artistas.
Dentre os artistas ouvidos, estão: Jean Gantinis, músico veterano criador da loja de discos dos anos 80, Metal Music, em Santo André; Alexandre Cunha, músico da banda MX, importante nome do cenário thrash no País; Manoel Barata, músico da banda punk DZK; músicos do Giallos, grupo local que aposta na linguagem punk; músicos da banda Giant Jellyfish, que tem como vocalista a cantora Teka Almeida; e a cantora Malka, de São Caetano.
Personagens do documentário transitam por temas como a ascensão do rock e a relação do movimento com a classe operária, com a Loja Metal e outros espaços do ABCD; a chegada do estilo punk; a participação feminina no cenário musical; os preconceitos, a inclusão e a diversidade na cena cultural.
Música no ABCD
A música se conecta com o local e contexto histórico em que está inserida.
Dessa forma, os Territórios Sonoros do ABC suscitam a ressignificação dos espaços e despertam as lembranças afetivas do público, permitindo a reflexão sobre as questões políticas e as mudanças que ocorreram na região nas últimas décadas.
Com territórios que se atravessam e se conectam, o cidadão do ABCD extrapola os limites geográficos da cidade que habita e se envolve em uma teia cultural de trabalhos expressivos dentro da linguagem musical.
Pesquisadores
Vinicius Castelli – Músico e jornalista. Foi colunista e repórter de Cultura do Diário do Grande ABC, da Rádio Globo e autor do blog “Pilha na Vitrola”.
É consultor para bandas independentes.
Ruy Rascassi – contrabaixista e um dos fundadores da Nômade Orquestra, diretor do Festival Novos Motores e da produtora Morning Birds Music, especializada na promoção e difusão de bandas e artistas do ABCD.
Direção, produção e montagem
Bruno Badain – Diretor de Cinema, Diretor de Arte e Fotógrafo. Atua no mercado editorial e publicitário desde 2006.