Objetivo foi, em primeiro lugar, pautar parlamentares e o Governo do Estado sobre a reindustrialização paulista
A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo recebeu, nesta quinta-feira (21.09), o seminário “O Futuro da Indústria Paulista”.
A atividade foi realizada, acima de tudo, pelo deputado estadual Teonilio Barba, através da Frente Parlamentar em Defesa de uma Reforma Tributária Justa e Inclusiva.
Entre os encaminhamentos, esteve a proposta da criação da Frente Parlamentar pela Indústria de SP.
Durante a manhã, trabalhadoras e trabalhadores, parlamentares, empresários e outros atores e atrizes da sociedade participaram do debate.
O mesmo buscou debater o cenário atual, mas também apontar caminhos e demandas para a reindustrialização.
Além disso, destacar as transições necessárias para que sejam mantidos empregos, salários e empresas.
Na abertura, o deputado estadual Teonilio Barba afirmou ser necessário pensar o modelo de política industrial em São Paulo para pautar o Governo.
“São Paulo tem os 27 ramos que existem na Indústria, sendo responsável pelo processo de industrialização no Brasil. Nosso objetivo é discutir e formular qual é o modelo de política industrial que nós queremos”, comentou, em resumo, o deputado.
Diversos atores
O presidente da CUT-SP, Raimundo Suzart, destacou a participação dos diversos atores.
“A gente precisa do apoio dos empresários também, pois vão sentir as dores (da desindustrialização). Por isso eu quero parabenizar os empresários que estão aqui, pois é com esse olhar que vamos mudar o estado e o país juntos”, disse Suzart.
Durante a primeira mesa de debates, o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), através do economista Fernando Lima, trouxe informações sobre a situação do setor.
Segundo Lima, por mais que São Paulo seja líder em produção em 50 dos 100 maiores produtos industriais (receita líquida), a indústria apresentou uma queda de 481 mil postos de trabalho entre 2011 e 2021, com uma queda de 22,6% na massa salarial.
A situação gera preocupação nos mais diversos setores.
Visão dos trabalhadores
Na visão dos trabalhadores sobre a reindustrialização, é necessário ampliar ou recriar programas de fomento, reorganizar cadeias de valor e pensar uma transição justa.
“Não tem histórico no mundo de um país desenvolvido que não teve Indústria forte. Além de ter cadeias grandes, gerar emprego perene e renda, o setor tem o papel de atender as demandas da população. O estado tem que dar o exemplo, e estruturar as demandas e reorganizar as cadeias de valor”, comentou o presidente da IndustriALL-Brasil, Aroaldo da Silva.
Na segunda mesa, foram discutidas as perspectivas para o setor.
O Gerente de Planejamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Thiago Mendes, detalhou linhas de créditos e como o banco de fomento tem se reestruturado para atender as demandas do mercado e da sociedade.
“A gente trabalha para que todos os setores produtivos se desenvolvam, sem descuidar de nenhum. Obviamente a indústria está no centro do fornecimento de todos os outros setores, então não podemos descuidar”, destaca.
Objetivo
O presidente da Federação dos Sindicatos de Metalúrgicos da CUT/SP, Erick Pereira da Silva, comentou sobre o objetivo da atividade.
“Visto tantas referências, nós trabalhadores e trabalhadoras estamos mostrando que temos propostas para a Indústria, fundamentalmente na de capital nacional, pequena e média”, comentou.
O coordenador político da Federação dos Trabalhadores do Ramo Químicos da CUT SP, Airton Cano, comentou sobre os encaminhamentos e sobre a ausência dos trabalhadores e trabalhadoras no Conselho que debate o setor industrial no estado.
“Nós queremos, com a liderança do Barba, estamos encaminhando a proposta para a criação de uma Frente ampla. Queremos também fazer parte do Conselho de Desenvolvimento no Estado, para conseguirmos avançar com as nossas pautas”, disse, em resumo.
Além do deputado Barba, estiveram na organização, em conclusão, a Bancada da Federação Brasil da Esperança, IndustriALL-Brasil e Federações de Trabalhadores na Indústria do Estado de SP da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Força Sindical e UGT (União Geral de Trabalhadores). Estiveram no apoio da iniciativa TID-Brasil (Instituto Trabalho, Indústria e Desenvolvimento), FEM-CUT/SP, Fetquim-CUT, Fequimar (FS), FSCM-CUT/SP, Feticom (FS), Sinergia-CUT/SP, Eletricitários (FS), Fetracovest-CUT/SP, Fetiasp, FS/SP, UGT/SP e Agência de Desenvolvimento Econômico Grande ABC.