Joaquim Alessi
Atribui-se, equivocadamente, ao renomado sociólogo e duas vezes presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, a frase “Esqueçam o que eu escrevi”.
Ele, em primeiro lugar, garante que jamais falou isso. Houve uma montagem com o fim de causar embaraços.
E certa feita explicou: “Acontece exatamente o contrário: o que eu escrevi dentro das condições da época, tem bastante validade. Houve uma evolução, em alguns pontos, mas a maneira básica de encarar o mundo continua a mesma.”
Mas, como será mudar radicalmente de opinião depois de uma obra publicada há nem tanto tempo, coisa de sete anos?
É o que saberemos lendo o novo livro da polêmica jornalista Rachel Sheherazade, que boa parte do Brasil aprendeu a admirar ou odiar pelas telinhas ou ondas do rádio.
Mas, ela diz não temer mudar de opinião, e mais do que lança, revisita sua criação de 2015 intitulada “O Brasil ainda tem cura”. Será?
De todo modo, teremos às mãos a partir de quarta-feira o “Brasil sob um novo olhar de Rachel Sheherazade”
No livro, jornalista garante que apresenta, acima de tudo, uma visão reformulada e transparente sobre atual cenário político do País.
Repensando ideais
No material distribuído por sua assessoria, destaca-se, por exemplo: “Os brasileiros são fortes, mas o Brasil é frágil. Como conviver com tantos males no país? Conformar-se ou protestar?”
Além disso, afirma que a jornalista Rachel Sheherazade acredita que vale a pena insistir por um Brasil melhor e mais justo para todos.
Por conta disso, ela analisa, reflete, comenta e escreve.
Com esta perspectiva, Rachel compreendeu que os conceitos jamais podem ser gravados em pedra e repensou alguns de seus ideais.
A partir dessa nova concepção, sentiu, acima de tudo, a necessidade de revisitar o primeiro livro que publicou.
Cenário de mudanças
Quem a acompanha nas redes sociais, a exemplo deste velho jornalista, sabe o quanto ela bateu, e também apanhou, neste ano.
“O Brasil ainda tem cura’ chega em 2022, portanto, diante desta complicado cenário de mudanças na política nacional.
Mas a profissional de imprensa observa que sua obra é mais do que uma atualização de O Brasil Tem Cura, lançado em 2015.
Trata-se, assegura, da mesma forma, de uma profunda reflexão sobre os problemas que cercam a política no País.
Rachel Sheherazade não apenas aponta essas adversidades, mas sugere soluções e busca conscientizar toda a população de que cada cidadão é corresponsável pelo estado atual das coisas e pelos rumos da nação brasileira.
E a frase, explique-se, não tem nada a ver com a música de Dom e Ravel, “Você também é responsável, então me ensine a escrever…”, de triste memória.
Temas mais urgentes
Após sete anos da primeira obra, os assuntos abordados em “O Brasil ainda tem cura” são muito mais atuais e urgentes.
Sheherazade abrange neste livro temas como intolerância religiosa, valores culturais enraizados – como o “jeitinho brasileiro” –, questões que acometem ricos e pobres, novos insights sobre a política de cotas para estudantes e atualizações sobre os capítulos da história do Brasil até antes das eleições de 2022.
Logo nas primeiras páginas de “O Brasil ainda tem cura”, Rachel Sheherazade enfatiza que o “remédio” proposto é a mudança, uma revisão de ideias que inspirem novos agentes de transformação.
“Eu não me envergonho de repensar! Já sofri inúmeras críticas por ter aderido a novas ideias, como se mudar de opinião fosse algum crime inescusável, como se ter uma nova visão dos fatos não fosse permitido aos pensantes, como se pensar diferente fosse um pecado sem perdão”, comenta, em resumo, Sheherazade na apresentação da obra.
“Quando pensamos em identidade nacional, logo nos vêm à
mente elementos como o futebol e o carnaval. Na área dos valores,
porém, o que automaticamente nos ocorre é o famigerado “jeitinho
brasileiro”. A expressão remete à prática comum da desonestidade,
suavizada por um eufemismo diminutivo e até carinhoso. O “jeitinho
brasileiro” nada mais é do que a quebra das regras sociais, o
atropelo das leis e a tolerância com a corrupção — desde que ela nos
favoreça ou aos nossos.
(O Brasil ainda tem cura, p. 88)
Nesta narrativa, a escritora ainda se apoia em filósofos como Zygmunt Bauman, para trazer conceitos sociais da Modernidade Líquida, e em Friedrich Nietzsche, com o entendimento sobre espírito livre e estar em constante questionamento.
Com esses pensamentos, Rachel Sheherazade mostra compreender que história do país ainda está sendo escrita. Sendo assim, as opiniões que levanta são sinceras e contundentes, mas nunca definitivas.
Título: O Brasil ainda tem cura
Autora: Rachel Sheherazade
ISBN: 978-65-89198-48-2
Páginas: 128
Formato: 14cm x 21 cm
Preço: R$ 39,90
Link de venda: Amazon
Na quarta-feira (30.11), Sheherazade fará uma sessão de autógrafos em São Paulo para promover o livro “O Brasil ainda tem cura”.
Serviço do evento
O que: Sessão de autógrafos – O Brasil ainda tem cura – Rachel Sheherazade
Quando: 30 de novembro (quarta-feira), 18h
Onde: Livraria da Vila Shopping Anália Franco
Endereço: Av. Reg. Feijó, 1739 – Tatuapé – São Paulo
Entrada: Gratuita