Projeto de revitalização do Cine Carlos Gomes tem menção honrosa do Conselho de Arquitetura e Urbanismo

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Projeto revitalização Cine Theatro Carlos Gomes/Divulgação

Edifício inaugurado em 1925, primeiro cine-teatro do ABCD passa por recuperação e será entregue em abril

O Cine Theatro de Variedades Carlos Gomes, inaugurado em 1925, vai reabrir as portas novamente em abril, em primeiro lugar, após grande intervenção.

O trabalho foi promovido, acima de tudo, para sua recuperação e reocupação, que beneficiou também o espaço do entorno.

O projeto arquitetônico, que uniu preservação e modernidade, foi um dos destaques de 2021 segundo levantamento do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo (CAU-SP).

Boas práticas

Anualmente, o CAU-SP realiza o levantamento das “Boas Práticas de Conservação do Patrimônio Cultural”, por meio de chamamento público válido para todo o Estado.

O projeto do Cine Theatro Carlos Gomes, elaborado por um grupo de cinco arquitetos da Prefeitura de Santo André, recebeu menção honrosa na categoria “Gestão de Patrimônio Cultural”.

Ela envolve, da mesma forma, programas, projetos e ações executados pelo poder público ou realizados em parceria com o mesmo.

Profissionais

Os profissionais autores do projeto são: Belmiro dos Santos (que na época atuava na Secretaria de Cultura), Evandro Gonçalves Trevelin (Secretaria de Inovação e Administração), Fábio Ricardo Figueirinha (Secretaria de Manutenção e Serviços Urbanos), Fátima Regina Mônaco Guides (Secretaria de Cultura) e Mônica Nunes (Secretaria de Cultura).

“Cada arquiteto contribuiu com o conhecimento da sua área de atuação, para que juntos pudéssemos desenvolver um projeto que contemplasse todos os aspectos que envolviam a recuperação do Carlos Gomes”, destacou, em resumo, a arquiteta Fátima Guides.

A arquiteta Mônica Nunes explica que a menção honrosa representa o reconhecimento do CAU-SP ao projeto arquitetônico e urbanístico desenvolvido pelos arquitetos e urbanistas servidores de Santo André.

“Se pensarmos que é um concurso estadual, e que fomos agraciados, podemos considerar que o trabalho cumpriu seu objetivo com destaque. Essa menção honrosa dará visibilidade para o projeto em vários níveis”, disse, da mesma forma.

O projeto

A intervenção no edifício de 1.032 m² objetiva, portanto, promover a recuperação e reocupação do espaço que está prestes a completar um século de existência.

Por meio de adequações físicas, que seguiam os princípios atuais de intervenção em patrimônio histórico, a ideia foi, da mesma forma, produzir um ambiente propício à implementação das políticas municipais de apoio e incentivo à cultura.

O projeto visa a criação de espaço multifuncional e flexível. Para isso, optou-se pela utilização do edifício dentro do conceito de praça coberta.

Intervenção urbanística complementar também foi implantada, com adequações no calçadão da Rua Cesário Mota e a criação de um calçadão no início da Senador Flaquer.

Tal iniciativa integrou o prédio à cidade e ampliou a área de convivência com criação de mais espaços para atividades culturais, de exposição e de lazer ao ar livre.

A compatibilização da arquitetura do edifício com a proposta de urbanização das áreas externas foi um dos eixos que nortearam o projeto.

Mas, o desafio de recuperação do Carlos Gomes também tinha como eixos a preservação das paredes originais da plateia e da boca de cena italiana.

Além disso, a recuperação e valorização da estrutura de madeira da cobertura, bem como das telhas de barro do tipo francesa.

Memória

A obra prevê também a recuperação e valorização dos elementos existentes identificados como de valorização da memória.

Por exemplo, a pintura decorativa das paredes internas e a boca de cena, bem como a recuperação e valorização de fragmentos de tijolo espelhado no palco, do piso de ladrilho hidráulico na área de apoio e das portas de madeira da antiga plateia.

Além da inserção de elementos contemporâneos para trazer de volta a configuração original do espaço, tal como a reconstrução do mezanino.

“O projeto previu a recuperação de elementos originais e a manutenção de marcas históricas. Tal intenção teve como objetivo ações de educação patrimonial. Dessa forma, a estrutura do prédio revelará as diversas intervenções que sofreu para abrigar diferentes atividades existentes no local ao longo do tempo. A edificação conta parte importante da história da cidade, presente na memória afetiva de várias gerações”, acrescentou, por exemplo, Fátima.

A arquiteta Mônica explica que o prédio principal original, que está sendo restaurado, abrigará as atividades para o público geral

Nele foi instalado, próximo à fachada frontal, um mezanino e “frisas” nas paredes laterais, em estruturas metálicas.

Esses elementos eram presentes, portanto, na história da edificação.

Um prédio anexo de apoio ao prédio principal foi construído.

Em linguagem contemporânea, ele destina-se a abrigar a área administrativa, circulação (escadas e elevador) e sanitários públicos.

Espaços e infraestrutura

A edificação contempla espaços e infraestrutura necessários ao desenvolvimento de exposição permanente sobre o Cine Theatro Carlos Gomes e sobre o patrimônio cultural; exposição temporária de artes visuais; visualização de vídeos; projeção de filmes; apresentação de dança, peças de teatro e musicais; oficinas e leitura.

Como suporte às atividades principais, o projeto contempla as seguintes áreas de apoio: sanitários para o público, sanitários para funcionários, copa, sala de administração, sala de preparo de artistas, espaço para depósito de estruturas de exposição, depósito de material de manutenção e limpeza, loja e café/lanchonete.

Um dos diferenciais, na visão da arquiteta Fátima Guides, é a oportunidade que a equipe de arquitetos obteve de desenvolver tanto o projeto da edificação quanto o projeto urbanístico. Isso resultou em uma intervenção que integrou o patrimônio cultural tombado à cidade. “Os cidadãos poderão usufruir dessa integração entre prédio e espaço público por meio de uma área maior para atividades de cultura, lazer, contemplação, um local que disporá de acessibilidade universal, portanto, ganho ímpar em qualidade de vida. E o Centro da cidade se revitaliza”, concluiu.

Histórico

Antes de ocupar o imóvel na Senador Flaquer, o Carlos Gomes foi inaugurado em 21 de setembro de 1912, na rua Coronel Oliveira Lima, esquina com Savino Degni.

Já nasceu, portanto, como uma casa de diversões públicas dedicada a bailes, carnavais, concertos, óperas, revistas musicais, teatro e filmes.

Por isso foi considerado, acima de tudo, o primeiro Cine-Teatro do ABCD, dando início ao movimento teatral na região.

Em 1923 começou a ser construída uma nova edificação – obra realizada por Gino Luiz Boschetti e Arthur Boschetti – com pinturas murais artísticas nas paredes e boca de cena de autoria de Luiz Cereja.

Acima da boca de cena, o pintor retratou um medalhão com o perfil do compositor Carlos Gomes, sendo esse um elemento marcante no prédio que permanece até hoje.

O novo cinema foi reinaugurado, em conclusão, em agosto de 1925, na Senador Flaquer, esquina com Cesário Mota e fundos para a Gertrudes de Lima.

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