Pessoas negras ainda são minorias em cargos de liderança

In Canto do Joca On
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Empresas tentam mudar cenário através de programas e ações de inclusão e aceleração de carreira

Novembro é marcado pelo Dia da Consciência Negra (20), que relembra a história de Zumbi dos Palmares e a luta do povo negro pela liberdade e respeito.

Muito já se avançou, mas ainda há um longo caminho de desafios a ser percorrido pela população negra.

Inclusive na busca de boas oportunidades no mercado de trabalho.

Mesmo com 56% da população se autodeclarando de raça negra, o Brasil possui apenas 29,9% de negros ocupando cargos de gerência.

Os dados são, em primeiro lugar, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em um outro levantamento, do Vagas.com, a maioria dos pretos e pardos estão ocupando posições operacionais (47,6%) e técnicas (11,4%), e apenas 0,7% estão em cargos de diretoria.

Construir uma cultura empresarial que pensa na inclusão e diversidade é a chave para uma empresa que busca a equidade racial, a valorização dos colaboradores e o lucro.

Estudo da consultoria McKinsey & Company mostra: organizações que possuem diversidade étnica em cargos executivos têm 36% mais chances de aumentar a lucratividade por ser mais inovadoras, criativas e ter uma equipe mais produtiva.

Na tentativa de diminuir esse abismo e impulsionar a pluralidade no mercado de trabalho, empresas têm agido de forma proativa.

Isso, por exemplo, no sentido de atrair, capacitar e dar oportunidades às pessoas negras em cargos de liderança.

Diversifik

Exemplo da prática é o Diversifik, movimento criado pela BRK, que desenvolve estratégias para ampliar as discussões e práticas sobre diversidade e inclusão.

O Programa de Aceleração de Carreiras para Mulheres Negras e o Programa de Estágio da BRK, são frutos do Diversifik.

Em parceria com o Grupo Mulheres do Brasil, o Programa de Aceleração desenvolvido profissionais negras para ocupar cargos de liderança.

Já o Programa de Estágio superou a meta estabelecida pela empresa e preencheu 59% das vagas com jovens estudantes negros, em 2021.

Um novo olhar

Mariana Gouveia, que atua na BRK como responsável pelos serviços de manutenção das redes de esgoto e engenharia em Mauá há oito anos, é um dos frutos do Diversifik.

Em 2021, ela é, acima de tudo, uma das participantes do Programa de Aceleração de Carreira de Mulheres Negras.

““Estou imensamente agradecida pela oportunidade que a BRK me proporcionou, juntamente com o Grupo Mulheres do Brasil, de participar do Programa de Aceleração de Carreira de Mulheres Negras, que tem sido uma experiência incrível, uma verdadeira imersão e um resgate do autoconhecimento”, diz, em resumo.

Para ela, o mercado de trabalho, em relação à diversidade, está caminhando, apesar de ainda haver um amplo espaço para desenvolvimento.

“O programa de aceleração de carreira é um grande exemplo dessa evolução do mercado de trabalho. Por ele, tenho contato com tantas histórias de mulheres guerreiras que superam os mais diversos obstáculos todos os dias em busca de seus objetivos. Isso me faz acreditar que também sou capaz de transformar e potencializar minha carreira”, diz, em conclusão.

Para a BRK, promover a diversidade racial e de gênero é, portanto, uma forma de fazer da empresa um ambiente mais diverso e melhor para todas e todos.

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