Levantamento feito pela Axia Investing, mostra que a realidade de hoje é bem diferente da verificada há seis anos
Pesquisa feita no final de 2024 pelas mesas proprietárias Axia Investing e Star Desk, ambas pertencentes ao Grupo Axia, mostra que 59% dos traders obtém renda mensal que varia de um a mais de cinco salários mínimos fazendo day trade. O resultado contrasta com levantamento feito pela FGV (Fundação Getulio Vargas) em 2019, quando se constatou que 97% dos profissionais só perdiam dinheiro e os 3% restantes ganhavam, em média, R$ 300. A mudança de perfil dos operadores, que passaram a estudar antes de se arriscar no mercado financeiro, é uma das explicações para essa importante guinada.
De acordo com a pesquisa da Axia/Star Desk, 15,74% dos entrevistados obtêm renda de até um salário mínimo trabalhando com day trade. 24,37% responderam que ganham entre dois e três salários-mínimos e 10,15% entre três e cinco salários. 8,63% afirmam aferir mais de cinco salários mínimos. Os 41% restantes disseram ainda não ter conseguido renda com o trabalho.
A mesma pesquisa mostra que o nível de qualificação dos profissionais que fazem day trade melhorou. 44% responderam ter dois ou mais anos de estudo sobre as técnicas utilizadas para operar no mercado. Outros 32% afirmaram ter até um ano de estudo a respeito do tema e 24% disseram nunca ter feito cursos, ou seja, aprenderam na prática, na base do erro e acerto.
Para efeito de comparação, na primeira consulta feita pela Axia, em 2021, o percentual de profissionaiLevantamento feito pela Axia Investing, mostra que a realidade de hoje é bem diferente da verificada há seis anos
s com dois ou mais anos de estudo era de 34,34% – 9,6 pontos percentuais a menos. Naquela ocasião, 37,35% tinham até um ano de estudo e 28,31% preferiram aprender na prática, sem fazer qualquer curso. A melhora nos níveis de conhecimento pode ser constatada observando os níveis de acerto desses profissionais e, consequentemente, os ganhos que eles passaram a aferir.
Atualmente, 32% dos traders afirmam ter níveis de acerto nas operações mensais entre 70% e 89%. Outros 44% garantem que são bem sucedidos entre 50% e 69% das tentativas. Por fim, 20% têm níveis de acerto entre 30% e 49% e apenas 4% dos entrevistados são bem-sucedidos em menos de 30%.
“Na época em que a FGV fez o estudo era mais comum as pessoas se arriscarem sem ter conhecimento. De lá para cá isso tem mudado. A melhora nos níveis de qualificação explica muito e acredito que as mesas proprietárias contribuíram para esse avanço, já que para ingressar em uma é preciso passar por um processo de seleção, ou seja, o candidato tem de estudar sobre mercado financeiro para ter chances”, argumenta Leonardo Megale, co-fundador de ambas as mesas.
As mesas proprietárias, tão comuns há décadas nos Estados Unidos, chegaram ao Brasil somente por volta de 2017. A Axia Investing foi pioneira neste segmento. Antes disso, a única opção para quem desejava fazer day trade era abrir conta em uma corretora e arriscar o próprio capital. A mesa proprietária possibilita que o trader não arrisque o próprio dinheiro, pois trabalha com o capital da empresa. Também não precisa arcar com as perdas. Porém, o lucro obtido não fica todo com o operador e é dividido com a empresa.
A pesquisa teve como base os traders cadastrados nas duas mesas proprietárias que, juntas, contam com mais de 11 mil profissionais, recorte bastante representativo para o segmento no país.