Com capacidade para armazenar o equivalente a 1.280 piscinas olímpicas, esses parques integram natureza e infraestrutura para melhorar a segurança e a qualidade de vida na cidade
Nos últimos dias, alguns Parques Urbanos Estaduais de São Paulo têm se destacado não apenas por sua importância ecológica e de oferecer grandes espaços de lazer, esportes e cultura para as pessoas. Eles foram projetados também para exercer um papel essencial na proteção contra enchentes. Localizados em áreas de várzea, esses espaços atuam como “esponjas” naturais, absorvendo o excesso de água e prevenindo muitos alagamentos. Ao integrar a natureza com a infraestrutura urbana, esses parques ajudam a transformar a maneira como a cidade enfrenta as crises hídricas, oferecendo mais segurança e qualidade de vida onde estão localizados, na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP).
Os Parques Urbanos Estaduais com essa função são: o Parque Ecológico do Tietê (Núcleo Engenheiro Goulart), o Núcleo Itaim Biacica, o Núcleo Maria Cristina Hellmeister de Abreu e o Parque Jacuí – Núcleo Engº Antonio Arnaldo de Queiroz e Silva, na capital. Além disso, as margens do Guarapiranga e o Parque Ecológico Várzea do Embu-Guaçu (RMSP) também desempenham papéis fundamentais no equilíbrio entre a preservação ambiental e a infraestrutura urbana.
Eles atuam como verdadeiros reservatórios naturais, armazenando volumes d´água que, se liberados diretamente para a malha urbana, poderiam agravar significativamente os episódios de alagamento. Para se ter uma ideia, uma piscina olímpica comporta cerca de 2,5 milhões de litros de água. Assim, o Parque Ecológico do Tietê – Núcleo Engenheiro Goulart acumula a capacidade equivalente a 622 piscinas olímpicas (aproximadamente 1,55 bilhão de litros), o que o torna o mais expressivo dentre eles. Em seguida, as margens do Guarapiranga retêm o volume de cerca de 400 piscinas (1 bilhão de litros), e o Parque Ecológico Várzea do Embu-Guaçu, com 154 piscinas, armazena aproximadamente 385 milhões de litros. Outros espaços, como o Jardim Helena (70 piscinas, ou 175 milhões de litros), o Parque Jacuí (27 piscinas, cerca de 67,5 milhões de litros) e o Núcleo Itaim Biacica (22 piscinas, aproximadamente 55 milhões de litros), também desempenham papéis importantes na captação e retenção das águas pluviais. Somados, esses parques retêm o equivalente a 3,2 bilhões de litros de água, o que poderia preencher cerca de 1.280 piscinas olímpicas. Sem esses amplos reservatórios naturais, as águas das chuvas intensas se concentrariam nas áreas urbanas, aumentando drasticamente o risco para a população.
Os Parques também seguem um rígido protocolo de segurança em períodos de chuva intensa e ventos fortes. Quando há previsão de precipitação acima de 40 mm ou ventos superiores a 40 km/h, as áreas são temporariamente fechadas. Medidas preventivas são adotadas, como o alerta aos visitantes sobre mudanças climáticas, a restrição da entrada em momentos críticos e a orientação para que busquem abrigo seguro em caso de tempestades. Equipes também atuam para garantir que todos deixem o local com segurança, minimizando riscos associados à queda de árvores e alagamentos.
Somados, esses parques irão receber investimento de mais de R$ 25 milhões em 2025 para manutenção e melhorias. Ao integrar áreas verdes à estratégia de drenagem urbana, o Governo de SP mostra que é possível reduzir os impactos das chuvas intensas e minimizar os riscos de inundações, garantindo que a população desfrute de espaços seguros e bem planejados.
“A gestão dos Parques Urbanos em áreas de várzea é uma estratégia que une a preservação ambiental à proteção da população. Estamos investindo em espaços que não só oferecem lazer, mas que também desempenham uma função crucial na mitigação de enchentes, promovendo segurança e bem-estar para todos”, destaca a secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo, Natália Resende.