Os latidos de Lula no canil eleitoral do ABCD

In ABCD, Canto do Joca On
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Foto do gigante Paulo Pinto/Agência Brasil

Joaquim Alessi

Certamente, antes mesmo de terminar a leitura dessas mal traçadas linhas, muitos já terão aquela velha opinião formada sobre tudo.

Mas, é preciso ir a fundo, até a última linha para firmar uma posição. Do contrário, toca Raul!

E nem sei, sinceramente, se será possível chegar a uma conclusão ao final. Afinal, são meras constatações.

Mas, a análise faz-se mais que necessária no atual momento, em primeiro lugar pelo frescor das fábulas fabulosas.

Em agosto, por coincidência o Mês do Cachorro Louco, Lula afirmou: “Quando o cachorro late pra gente, a gente não late para o cachorro. Então, é preciso que a gente reaprenda a viver democraticamente”.

Um avanço, sem dúvida, diante de uma conjuntura que se costuma chamar de polarizada.

Mas, há poucos dias, já em dezembro, por exemplo, na conferência do PT sobre as eleições de 2024, o presidente subiu o tom, e disse aos pré-candidatos: “Não pode aceitar provocação nem ficar com medo. Quando o cachorro late para a gente, a gente não baixa a cabeça, a gente late para ele também”.

Da mudança, entende-se, portanto, que Lula – sabidamente um animal político, no sentido mais puro do termo – começa a jogar seus tentáculos para as disputas municipais do ano que está a chegar em 16 dias.

É ponto de honra vencer no maior número possível de cidades, tanto com prefeitos quanto com vereadores.

E no ABCD…

No cenário do ABCD, que Lula pode chamar de “Minha Casa, Minha Vida”, com seus sete municípios, o desafio é preocupante.

Aliás, “Minha Casa, Minha Vida” retratado (o programa) nesta brilhante reportagem-fotográfica que ilustra o texto, feita pelo meu grande amigo e excelente profissional Paulo Pinto.

Em Santo André, por exemplo, o PT está esfacelado. Dizer que há chance zero de eleger o prefeito é ser otimista demais.

São Bernardo, onde Lula venceu Bolsonaro em 2022, tem-se um quadro mais promissor, mas não menos difícil.

São Caetano, esquece. Nunca teve chance, e muito dificilmente um dia terá.

Diadema afigura-se como o território mais promissor. O prefeitão Filippi, como é chamado pelos mais próximos, caminha a passos largos para o inédito e histórico quinto mandato. Embora vá ter uma pedreira pela frente. Não há favas contadas.

O adversário Taka Yamauchi vem trabalhando muito e conta com uma estrutura de comunicação forte, atuante.

Marcelo Oliveira trabalha muito para ser reeleito em Mauá, mas tem adversários poderosíssimos pela frente, como, por exemplo, o deputado estadual e ex-prefeito Atila Jacomussi, o vereador Sargento Simões e o Juiz João. Todos candidatos fortes.

Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, da mesma forma, não mostram um partido com estrutura para voltar ao poder.

Assim, no chamado “berço do PT”, que é o ABCD, o partido tem pesadelos.

Quem sabe, passou da hora de acordar.

Talvez o faça, em conclusão – quem sabe? – com o barulho dos latidos (no bom sentido) de Lula.

E passe a latir para os cachorros.

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