Metaforicamente falando já havia entre os atores políticos e da sociedade quem tivesse encomendado o caixão e o velório eleitoral do presidente Jair Bolsonaro (PL). Com desempenho fraco nas pesquisas e com alta rejeição, o ex-militar era dado como derrotado de véspera nas eleições de outubro e o que se seguia era apenas o cortejo para sua saída de cena.
Melhor (e aí não resisti ao trocadilho infame) colocar as barbas de molho. Nos últimos levantamentos, o presidente reagiu e melhorou seus índices, diminuindo a diferença favorável ao ex-presidente Lula (PT), voltou a vencer alguns de seus potenciais adversários no 2º. turno e diminuiu sua rejeição pessoal e a de seu governo.
Os motivos para essa reação? Vários. Mas quero destacar aqui que Jair Bolsonaro conta com um eleitorado fiel e que está com ele não abre aconteça o que acontecer. Partindo desse princípio, sua estratégia é operar bem a máquina pública federal para alargar a parcela da sociedade que está com ele. Se o seu time raiz já mostrou que não maneja bem as entranhas do governo, o Centrão que está lá conhece e sabe perfeitamente controlar as benesses estatais e direcioná-las a favor das pretensões eleitorais do chefe do Executivo. Com pacotes de bondades e ações populistas e populares.
Para a sociedade brasileira, o jogo ainda não começou e ainda tem chão. As pessoas estão preocupadas nesse momento com suas rotinas, em como pagar as contas no fim do mês, por exemplo. Jair Bolsonaro continua favorito a ser o primeiro presidente do Brasil a perder a reeleição. Mas não o subestimem.
Caio Bruno é jornalista e profissional de Marketing Político
Contato: caio.cbruno@gmail.com