Montante, que deixa de sobrecarregar aterros sanitários, é utilizado para técnicas de compostagem em unidades de Saúde
Na Semana Nacional Lixo Zero, celebrada na última semana de outubro, a Fundação do ABC chega, em primeiro lugar, à expressiva marca de 10,3 toneladas de resíduos orgânicos coletados em suas unidades de Saúde.
O montante foi reaproveitado, acima de tudo, entre março e outubro, especialmente pelo Hospital Nardini, em Mauá.
Também houve, da mesma forma, contribuição do Centro Universitário Faculdade de Medicina do ABC (FMABC).
Além disso, do Centro Hospitalar do Sistema Penitenciário (CHSP), gerenciado pela FUABC em parceria com o Governo do Estado.
Visita
A conquista se deu graças a uma iniciativa que começou no Hospital Nardini, em março, quando a unidade recebeu a visita do professor Germano Guttler, do departamento de Agronomia do Centro de Ciências Agroveterinárias (CAV) da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC).
O docente é criador do Método Lages de Compostagem (MLC), que consiste no reaproveitamento de resíduos orgânicos, como sobras de frutas e verduras, para produção de adubo, jardins, canteiros e hortas.
Desde então, a técnica tem sido difundida entre os departamentos de Sustentabilidade das unidades de Saúde gerenciadas pela FUABC, que têm realizado estudos e diversas reuniões com o especialista, com objetivo de também adotar a técnica. O nome do método desenvolvido pelo professor faz referência à cidade catarinense. O pesquisador é autor de um dos programas de compostagem urbana mais conhecidos do País.
Graças ao treinamento das equipes e ao engajamento dos colaboradores na causa, por dia, o Hospital Nardini destina cerca de 60kg de resíduos orgânicos à compostagem na horta orgânica que funciona na unidade. O Centro Universitário FMABC reaproveita cerca de 15kg dos resíduos diariamente, que são utilizados no jardim do campus. Já o CHSP já colheu cerca de 40 pés de hortaliças em sua horta montada no canteiro da unidade.
A técnica
O processo é simples. O professor ensina as pessoas a fazerem, em casa, um vaso compostor em garrafa pet de 5 litros para reciclar o próprio lixo orgânico. As camadas de resíduos devem ser furadas, três vezes por semana, para receber oxigênio. Não é preciso irrigar. Após duas semanas, é possível plantar verduras, legumes, ervas, flores, entre outros, sobre as camadas.
Desde a criação, em 2013, a técnica vem sendo difundida em escolas da rede pública de LagSão es, residências, instituições e até em presídios. Com isso, milhares de resíduos orgânicos deixaram de ser despejados nos já sobrecarregados aterros municipais.
A última análise do lixo da cidade mostra, por exemplo, que o programa de compostagem de Guttler conseguiu reduzir a 21% a porcentagem de lixo orgânico enviada ao aterro da cidade em 2020.
São, portanto, dez pontos percentuais abaixo de 2019. A técnica gera adubo de ótima qualidade para hortas orgânicas ou jardins internos.
Semana Lixo Zero
A Semana Lixo Zero é promovida pelo Instituto Lixo Zero Brasil (ILZB), organização da sociedade civil autônoma, sem fins lucrativos e pioneira na disseminação do conceito no Brasil.
Ocorre atualmente, portanto, em mais de 10 cidades, quatro estados e dois países (Brasil e Uruguai).
Mais informações, em conclusão, podem ser acessadas pelo site https://ilzb.org.
